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Rede de Maceió leva brincadeiras populares à Bienal do Livro

Em tempos em que o desafio é equilibrar brincadeiras com recursos diversos, em Maceió (AL), a experiência do brincar com brinquedos nada convencionais foi destaque durante a 8ªBienal do Livro de Alagoas. Dentro das atividades desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), a Coordenadoria-geral de Educação Infantil levou à Praça do Conhecimento brinquedos antigos que marcaram a infância de muitos adultos e que poucas crianças conhecem na atualidade. O momento foi de resgate de antigos brinquedos e brincadeiras populares junto aos familiares, educadores e crianças. Todos mergulharam no brincar com brinquedos não estruturados, como o 5 Marias, Elástico, Cama de gato, Pula-corda e até Foge-tatu.

Angelina Araújo, gerente de Educação Infantil do município, contou que a ideia de levar as brincadeiras de outrora para a Bienal do Livro de 2017 nasceu da necessidade de compartilhar com a sociedade um dos princípios estruturantes da Educação infantil da Rede, expresso no currículo ampliado. “Objetivamos fazer o público da bienal compreender que os brinquedos populares, assim como os não estruturados, estimulam muito mais a inteligência da criança e são importantíssimos para o desenvolvimento dos pequenos, pois estes objetos proporcionam um mundo de fantasia e imaginação, estimulando a criatividade da criança, disparando funções cognitivas, além de outras capacidades”, afirmou.

Parte da cultura de um povo, as brincadeiras e brinquedos populares são passados de geração para geração, principalmente por meio da oralidade, além de serem construídos de maneira artesanal. Ângela Pereira da Silva é educadora, pedagoga, pós-graduada em Educação Escolar e técnica pedagógica da coordenação-geral de Educação Infantil de Maceió. Para a atividade da bienal, Ângela uniu o saber acadêmico ao cultural e confeccionou conjuntos de 5 Marias que fizeram sucesso entre o público que visitou a Praça do Conhecimento.

“Sabemos que a tecnologia é crescente a cada segundo. A solidão, também. Vejo nesse resgate do brincar com brinquedos populares e não estruturados a possibilidade de conhecer o mundo, as mil coisas nele presentes: o resgate de nossas crianças, o resgate da infância. Foi por tudo isso que, nas discussões com a equipe para a participação da Educação Infantil, na Bienal de 2017, surgiu a ideia de levar as 5 Marias, cinco maravilhas que marcaram a infância de muitas de nós. Foi então que surgiu a artesã com mil ideias para a confecção das 5 Marias. Confesso que não deu muito trabalho: o mais complicado foi selecionar as ideias. Depois que abri minha caixa de ‘pré-artesã’ com tecidos coloridos, fitas, botões, brilhos, cordões e areia, foi tudo muito significativo para mim”, contou Ângela, emocionada.

Para ela, o programa Paralapracá é um dos grandes responsáveis por esse resgate. “Com o Paralapracá, pudemos constatar que a importância do brincar é bastante norteadora nas práticas pedagógicas da Rede de Maceió. Para as crianças, foi algo encantador poder sair do espaço da sala para exploração de outros nos Centros Municipais de Educação Infantil [CMEI]. Elas estão tendo ganhos enormes com tudo isso. Estamos preparando uma geração que está descobrindo o significado da interação, de aprender e compreender seu mundo real, dentro da fantasia e do brincar”, afirmou a educadora Ângela da Silva.

O PROGRAMA

O Paralapracá é uma frente de formação de profissionais da Educação Infantil realizado pela Avante – Educação e Mobilização Social em parceria com as secretarias municipais de Educação e com o apoio do Instituto C&A, que visa contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento às crianças nesse segmento, com vistas ao seu desenvolvimento integral. Para isso, oferece formação continuada para formadores das Redes Municipais de Educação, valorizando os saberes de cada localidade e ampliando as referências teórico-práticas a partir das orientações nacionais para a Educação Infantil.

O Paralapracá foi lançado em 2010 como um projeto do programa Educação Infantil do Instituto C&A, originalmente focado na região Nordeste. Desde então, chegou a dez municípios, em dois ciclos de implementação. Em 2015, com a chancela do Guia de Tecnologias Educacionais do MEC, ganhou caráter nacional

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