De mãe pra mãe, adolescentes grávidas desvendam os mitos da alimentação

No sexto encontro entre adolescentes grávidas e a equipe do projeto Mães de Primeira Viagem, realizada no dia 29 de abril no bairro do Lobato (Salvador – Ba), a presença da nutricionista, que é lotada no Departamento de Promoção Social (DPS) da Policia Militar (PM – BA), Fabiane Nogueira da Silva, além de tirar muitas dúvidas sobre os cuidados com a alimentação tanto do bebê como das gestantes, trouxe algo para além de sua expertise profissional. “Ela estava grávida, perto de dar à luz, o que fez com que as adolescentes se identificassem e, por isso, tivemos uma das reuniões mais participativas até então”, contou a psicóloga Fernanda Pondé, mediadora do grupo de apoio psicossocial do projeto.

A gestante Elivânia de Jesus, por exemplo, apontou a importância de aprender com uma nutricionista grávida. “Ela também vai ter seu primeiro filho. É uma mãe de primeira viagem como nós e sente tudo o que sentimos. Ela estava com problemas de pernas inchadas, algumas de nós também, e aprendemos que isso é normal”, disse.  Além disso, Elivânia aprendeu que nem tudo pode ser comido neste estágio de sua vida.  “Parei de comer fritura, não sabia que era prejudicial”.

Para Debora Souza, a participação da nutricionista foi “superinteressante”. Ela aprendeu, entre outras coisas, quais são os alimentos imprescindíveis nesse período. “Comecei a comer fígado. Ela disse que é bom para evitar a anemia”.  Sobre a alimentação do bebê, “gostei de saber da importância da amamentação até os seis meses de vida, pelo menos. Depois podemos dar papinha, verduras e frutas”, relatou.

Muitos mitos e dúvidas ligados à alimentação e à gravidez foram esclarecidos. “Sim, chupar limão pode auxiliar no combate ao enjoo”, disse a nutricionista. “Não, quando se sente azia, não quer dizer que o bebê vai nascer cabeludo”, desmitificou. “Quanto ao dito popular que aponta o chá de boldo como abortivo, não existe comprovação científica. Contudo, eu costumo orientar o uso de chás de erva doce, cidreira, frutas vermelhas, entre outros”, explicou.  Depois desses esclarecimentos, Fabiane Nogueira da Silva lembrou a importância das gestantes beberem bastante líquido e comer muitas frutas.

Articulado com o SGD

José Humberto Silva, coordenador do projeto, explica, referindo-se ao envolvimento de um membro da Polícia Militar, que o encontro, além de munir as adolescentes gravidas e seus parceiros de informações, também contribui para o alcance de um dos objetivos centrais do projeto – que é incorporar as metodologias desenvolvidas pelo Mães de Primeira Viagem como uma prática cotidiana dos agentes públicos do Sistema de Garantia de Direitos (SGD). “Não queremos que essa experiência fique isolada ou pontual, restrita a um número pequeno de adolescentes. É preciso que o poder público incorpore ações como as desenvolvidas pelo Mães no seu fazer diário”.

O projeto Mães de Primeira Viagem é realizado pela Avante – Comunicação e Mobilização Social, pelo o Instituto Camargo Corrêa e Consorcio Mobilidade Bahia, do qual faz parte a Construtora Camargo Corrêa.

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