No mês da primeira infância, Jundiaí sediou o Fórum Internacional das Infâncias e 2º Encontro Brasileiro de Cidades das Crianças. O evento reuniu representantes dos 17 municípios que fazem parte da Rede Brasileira das Cidades das Crianças e de redes internacionais de países da América Latina e Europa; além de ativistas, pesquisadores, educadores, gestores públicos e organizações sociais, dentre elas, a Avante – Educação e Mobilização Social, representada por Ana Luiza Buratto, vice-presidente da instituição.
Jundiaí integra várias redes nacionais e internacionais com foco na Primeira Infância, constituindo-se o primeiro município de São Paulo e o segundo do Brasil a fazer parte da Rede Latino-Americana Cidades das Crianças, idealizada pelo italiano Francesco Tonucci – escritor, defensor e entusiasta da infância, convidado especial do evento.
A programação do Encontro contou ainda com a participação de: Lorena Morachimo, coordenadora da Associazione Francesco Tonucci; Alemberg Quindins, criador da Fundação Casa Grande (CE); Marisa Graham, defensora dos Direitos das crianças e adolescentes – Argentina; Maria Julia Garcete Yegros, coordenadora do Instituto Interamericano del Niño, la Niña y Adolescentes – Uruguai; e o poeta André Gravatá.
Com um roteiro intenso de atividades, os congressistas puderam participar dos painéis, das sessões fílmicas e apresentações culturais, das oficinas interativas e visitas monitoradas em pontos da cidade onde se concretizam políticas públicas para a primeira infância. “Eles programaram os eventos mais teóricos e conceituais pela manhã, e à tarde as visitas. Foram muitas experiências e vivências práticas, que impactaram bastante”, afirmou Ana Luiza, com entusiasmo.
Uma cidade para as crianças
No intuito de efetivar a proposta de uma cidade para as crianças, Jundiaí tem investido numa política intersetorial que consolida a primeira infância como prioridade. A cidade paulista é uma importante referência para os municípios que estão construindo os seus planos municipais pela primeira infância.
De acordo com Ana Luiza, as visitas a campo permitiram que os representantes de diversas cidades e estados do país pudessem visualizar os resultados de uma cidade que promove efetivamente uma articulação entre cultura, educação, saúde, assistência social, infraestrutura urbana e trânsito. “São setores bastante integrados, eu pude ver a articulação intersetorial na prática”, ressaltou Ana Luiza.
É importante destacar que Jundiaí possui Plano Municipal pela Primeira Infância, um passo importante e necessário para a construção de cidades que priorizam a perspectiva das crianças sobre suas localidades.
Ana Luiza Buratto, que viu de perto a materialização do comprometimento municipal com o bem-estar e desenvolvimento das crianças, cujos benefícios se estendem a toda a população, confirma: “Jundiaí é uma cidade que vive intensamente a primeira infância. O governo municipal fez praças, hortas urbanas e escolares, investiu na infraestrutura urbana e no trânsito, inclusive, a educação mantém importante articulação com a equipe do tráfego; então, onde tem criança, escola e pracinhas, a velocidade é 30 km/h e as travessias de pedestres são mais coloridas, com ruas e caminhos também para as crianças”, explicou.
Além desses aspectos aparentes a qualquer visitante, o evento oportunizou aos congressistas conhecerem experiências internas e intersetoriais de algumas esferas do município.
“Eu visitei o Centro de Referência de Assistência Social, o CRAS – Sul e uma Clínica da Família, com forte articulação com setores da saúde, escola, famílias, crianças pequenas e com outros equipamentos públicos, como parques e pracinhas. Me chamou muito atenção o receituário dos pediatras, que conta com uma recomendação para que as famílias deixem a criança brincar livre e na natureza; são ações concretas, que estão para além de um discurso de intencionalidade”.
O encerramento do Fórum se deu com o painel “Criança e Clima – Riscos climáticos extremos”, que contou com a mediação de Úrsula Troncoso (Ateliê Navio) e presenças representativas do Instituto Alana, Instituto Árvores Vivas, Allma Hub e Plan International Brasil.
“Foi muito bom ver a primeira infância como prioridade no concreto de uma cidade, em todas as suas políticas”, concluiu Ana Luiza.