A divulgação pela imprensa da nota do Ministério da Saúde (MS) sobre a adoção do “primeiro medicamento para o sintoma do autismo” (a resperidona) colocou a Rede Nacional Primeira Infância (RNPI) em alerta e deu novo fôlego ao tema medicalização na infância, que já teve momentos de importantes análises e considerações pela Rede. O Movimento Psicanálise, Autismo e Saúde Pública (MPASP), instituição membro da RNPI, redigiu um documento esclarecedor sobre o assunto com o intuito de orientar as várias organizações que atuam nas áreas da saúde, da educação e da família sobre a nota que, publicada no dia 12 de setembro, pode levar os profissionais a alguns equívocos.
Em primeiro lugar, explica o texto do MPASP, não se trata de um medicamento novo, específico para o autismo. A resperidona já vem sendo usado por psiquiatras há anos para alguns tipos transtornos mentais. Além disso, o MPASP ressalta que ” é preciso extrema cautela ao divulgar medicamentos com a promessa de melhorar a qualidade de vida desses pacientes, uma vez que pode incentivar pais, professores e até mesmo médicos a buscarem um suposto alívio rápido dos sintomas desagradáveis (como agitação psicomotora e agressividade) sem considerar que a medicação, quando utilizada, devia fazer parte de um tratamento abrangente conduzido por uma equipe interdisciplinar”.
Leiam o texto da MPASP na íntegra