Mães de Primeira Viagem contribui para qualidade do atendimento do SGD

“As adolescentes precisarão de apoio depois do parto, e somos nós que podemos mantê-las próximas das instituições e técnicos que podem auxiliá-las”, disse Tais Mendes, assistente social e representante da Associação de Moradores de Pirajá, sobre o encontro que ocorreu no dia 26 de março, na Casa Verde, no Bairro de Pirajá. O objetivo do encontro foi promover troca de informações entre os integrantes do Sistema de Garantia de Direitos (SGD), que participaram do projeto Mães de Primeira Viagem. O evento foi organizado pela Avante – Comunicação e Mobilização Social, realizadora do projeto em parceria com o Instituto Camargo Corrêa e Consorcio Mobilidade Bahia, do qual faz parte a Construtora Camargo Corrêa.

O encontro, que dá continuidade à etapa de mobilização de agentes do SGD, possibilitou, aos envolvidos, rever ações com vistas a potencializá-las no bairro de Pirajá.  A troca de informações deu subsídios também para aprimoramentos de ações futuras de mobilização do SGD nas próximas etapas do projeto, a serem realizadas nos bairros de São Bartolomeu, Calabetão e Santo Inácio.

Estiveram presentes representantes de diversas instituições, entre elas; Conselho Tutelar, Pastoral da Criança, Conselho Distrital de Saúde São Caetano/Valéria, Unidade de Emergência de Pirajá, escolas da região, participantes de associações de bairro e moradores.

“A mobilização de agentes de educação, saúde, conselho tutelar e assistência social é importante para incentivar a pro atividade dos que já trabalham no atendimento às adolescentes e querem, assim como o projeto, melhorar esses serviços”, explicou Maria Carolina Amorim Tosta, Analista de Responsabilidade Social da Camargo Corrêa.

Dados

Alimentando o debate que se instalou com a troca de informações, foram apresentados, pela equipe da Avante, dados do diagnóstico da situação da gravidez na adolescência na região, coletados desde setembro de 2014. Esses dados serão qualificados e apresentados em um seminário e em uma publicação on-line ao final do projeto, em agosto de 2015. Foi apresentado também o relato do trabalho com o grupo de apoio psicossocial às adolescentes grávidas do bairro.

Entre os dados levantados pelo projeto sobre a situação da gravidez precoce no bairro, destacam-se, por exemplo, as demandas que chegam às instituições que compõem o Sistema de Garantia de Direitos (SGD), e suas formas de enfrentamento da situação. Foram apresentadas também as respostas de um questionário direcionado às adolescentes, cujo objetivo é relatar a sua visão sobre a gravidez precoce, além de registrar suas demandas e do seu grupo familiar.

Atividades de grupo

Para a diretora da Unidade de Emergência de Pirajá, Eliete Batista dos Santos, o projeto Mães de Primeira Viagem fez um trabalho de orientação às adolescentes grávidas e seus companheiros que veio realizar “um sonho seu”. “Foi algo necessário. Algo que queríamos fazer, mas não tínhamos tempo nem corpo técnico. Foi um trabalho de educação continuada, pois as adolescentes atendidas se tornam multiplicadoras. Além disso, mobilizou as instituições e agentes públicos para estarem mais atentos ao problema”, acrescentou.

A psicóloga Gláucia Lara Borja, que dirigiu os encontros com adolescentes e seus parceiros, contou que as mães e pais de primeira viagem chegaram apresentando dúvidas e em alguns casos dificuldade de aceitação da gravidez, o que afetava a autoestima.

A psicóloga destacou também a importância da conscientização e da aceitação do que estava acontecendo com eles; os medos, as emoções. “Fiquei feliz em saber que estava auxiliando a devolver-lhes a posse do próprio destino, foi um resgate da pessoa e de seu futuro”, concluiu. O grupo de atendimento psicossocial de adolescentes grávidas em Pirajá encerrou as atividades com a apresentação do conceito e da possibilidade de parto humanizado aos adolescentes por meio de uma visita ao Centro de Parto Normal Marieta de Souza Pereira.

Gláucia Borja lembra que o projeto continua em Pirajá com ações complementares. Serão realizadas visitas de uma assistente social às casas das adolescentes inscritas no projeto e que não frequentaram o grupo de atendimento psicossocial. Em outra ação, serão realizados dois encontros no Colégio Estadual Alberto Santos Dumont, atendendo a uma demanda de lideranças comunitárias no sentido de ampliar a conscientização dos adolescentes da região sobe gravidez precoce.

Nesses encontros serão dados esclarecimentos sobre sexualidade, prevenção de DSTS/ AIDS, além da prevenção da gravidez na adolescência. A ação contará com a presença das adolescentes que fizeram parte do grupo de atendimento psicossocial. Elas terão a oportunidade de socializar o que aprenderam e compartilhar suas experiências.

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