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Vozes na Pandemia – escuta, empatia e aprendizagens


Quando a vida nos convida a refletir sobre situações do dia a dia, que são ressignificadas em tempos de pandemia, temos a oportunidade de nos abrirmos para a empatia e o acolhimento ao estabelecermos uma escuta ativa com diferentes atores, em diferentes papéis sociais. Desde o início da pandemia causada pelo Covid-19, a Avante – Educação e Mobilização Social vem ouvindo jovens, professores, mães e educadores em sua série: “Vozes na Pandemia” – uma contribuição nas necessárias reflexões para construção dos dias vindouros. Depois de compartilharmos os testemunhos da professora Marianna Canova – que falou sobre a saudade dos dias com as crianças -, das educadoras Léa Ribeiro da Silva – que relatou suas aprendizagens no processo de isolamento social; e Andreia Vieira que, em cordel, nos fala de resistência; ou a releitura dos dias da estudante universitária Samara Reis e suas estratégias para conciliar a maternidade com os desafios das aulas remotas e o confinamento em família – chegou a vez de darmos voz à professora Valdenize Honorio – que está revendo sua relação com o tempo e a vida em família.

Valdenize  Honorio

Professora, gerente de Articulação Comunitária e Apoio Discente da Secretaria de Educação de Paulista (PE)

De repente, tudo estava pelo avesso. Não havia mais alunos em sala de aula, embora as escolas não tenham paralisado suas atividades. Ao invés do giz, um mouse. Ao invés do quadro negro, a tela do computador. A pandemia do COVID-19 esvaziou as escolas e provocou uma reviravolta no processo educacional. A máquina do tempo se transformou, mesmo que os dias continuem tendo 24 horas. O ritmo agora é outro e as relações escola-família-comunidade tiveram de ser reinventadas. Em um testemunho gravado em vídeo, a professora Valdenize Honorio conta que, passada a angústia inicial da definição das novas rotinas de trabalho, o tempo mostra-se um grande aliado da reflexão da prática e do planejamento.

“A gente consegue vislumbrar uma forma de se relacionar diferente, uma forma de desenvolver o nosso trabalho diferente, onde a gente consegue estar em outros espaços, mesmo sem estar presente fisicamente. A gente consegue deixar a marca, o registro do que é importante”, disse Valdenize  Honorio sobre os difíceis momentos no enfrentamento ao COVID-19, trabalhando de sua residência.
A atitude da professora é otimista e ela se diz aberta a novas aprendizagens, com mais tempo para ampliar suas leituras, desenvolver habilidades e refletir sobre experiências. Inclusive, mais tempo para a vida familiar e o fortalecimento dos vínculos afetivos com seu filho adolescente.

Preocupação com a volta às aulas – A professora Valdenize Honorio não está sozinha nesse emaranhado de dúvidas que cercam a atividade educacional em tempos de pandemia.  A volta às aulas é um dos principais pontos de atenção dos educadores das escolas públicas e privadas. É o que revela a pesquisa “Educação escolar em tempos de pandemia na visão de professoras/es da Educação Básica”, uma realização do Departamento de Pesquisas Educacionais da Fundação Carlos Chagas, em parceria com a UNESCO do Brasil e com o Itaú Social. Entre as questões levantadas estão as possíveis mudanças num retorno às aulas: para 65,6% das professoras e professores participantes do levantamento haverá rodízio de alunos para evitar aglomeração, e para 55,9% haverá continuidade do ensino onlline junto com o presencial.

A pesquisa teve como objetivo verificar como as professoras e os professores das redes públicas e privadas do Brasil estavam desenvolvendo suas atividades nas primeiras semanas de isolamento social, conciliando o trabalho com a vida privada e quais suas expectativas para o período pós-pandemia. No total, foram escutadas 14.285 profissionais em todas as unidades federativas do Brasil, no período de 30 de abril a 10 de maio. Eles responderam a 26 perguntas sobre aspectos como rotinas de trabalho utilizadas a distância, efeitos emocionais sobre os alunos decorrentes do contexto do isolamento social, relação escola-família, dentre outros aspectos.

OBS: O testemunho na íntegra da professora Valdenize  Honorio está publicado no canal do YouTube da Avante. Para assistir, clique aqui.

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