Avante

Um mundo de sonhos e brincadeiras em festa organizada pelas crianças na comunidade 

Brincar e festejar! Tem casadinha mais perfeita para um encerramento de final de ano? Se a festa for organizada pelas crianças, então… Sucesso garantido! Pois não basta entender de diversão: é preciso produzir o evento com diálogo, organização e excelência, como têm feito as crianças do projeto Foco nas Infâncias: defesa de direitos na Baixa do Tubo do Coqueirinho.

A festa programada para 10 de dezembro promete marcar a comunidade. Um resultado claro do trabalho coletivo desenvolvido pelas crianças, cujas resoluções foram decididas em assembleia, com um mês de antecedência. Isso mesmo! As ideias, sugestões e distribuição de tarefas foram definidas e acolhidas em reuniões ocorridas na Praça do Sucuiú, sob supervisão da equipe do projeto. 

Na lista elaborada pela galerinha não faltou nada. A criançada pensou em tudo, desde que Igor Sant’Anna, mobilizador territorial brincante do projeto, iniciou o movimento ao perguntar a Bia, 10 anos, e a sua prima, o que imaginavam para o evento anual de encerramento.

Bia, animada, começou a chover ideias. Enquanto o mobilizador, atento, tomava nota de tudo: árvore de natal decorada nas cores do arco-íris, piquenique, participantes vestidos de branco e vermelho, brincadeiras, apresentações, filme, pintura no chão da praça, amigo secreto, painel com recados e desenhos natalinos, decoração nos brinquedos da praça, caixinhas de papelão embrulhadas como presentes para a árvore e histórias de terror no final do dia.

O assunto, no entanto, precisava ser compartilhado com todas as crianças. E assim foi feito no encontro brincante da semana posterior. O tema gerou tanta expectativa que as sugestões começaram a se amontoar nos recortes de papéis que as crianças entregavam aos mobilizadores do projeto.

Sugestões

Danielly, 10 anos, sugeriu transformar o espelho da tia Kuia (Anna Cristina Prado – mobilizadora brincante do projeto) em uma placa com a frase “Encerramento de 2025”. E logo deixou escapar a ideia da oficina de pinturas faciais durante a festa.

Suelen Lisboa, 12 anos, lembrou do lanche. “Tem que ter bolo e picolé”, afirmou. Michel curtiu a ideia do pula-pula, trazida por Bia, e sugeriu enfeitar o toldo da praça com bandeirolas e balões. Além disso, pediu carrinho de pipoca, confete de festa e pizza. Suelen Silva, 8 anos, reforçou a ideia das bandeirolas e apresentações e acrescentou: brincadeira teatral, jogo de mímica, filme, flores, Papai Noel gigante e pisca-pisca.

Endy, 11 anos, também curtiu o pedido do pula-pula e enfatizou a importância da caixinha de som e das apresentações com violão e pandeiro. Wesley foi mais exigente, pediu uma festa circense, com piscina de bolinhas, bolo de chocolate e suco de manga. 

Essa torrente de sugestões exigia uma reunião ampliada. Afinal, o que seria realizável dentro da data estabelecida? Como distribuir as tarefas? 

Assembleia

Depois de fomentar a ideia da festa no encontro brincante ocorrido em 11 de novembro e de perceber a empolgação de Bia e demais crianças na reunião do dia 17, tio Igor, como o mobilizador brincante é chamado pela criançada, decidiu organizar as sugestões para definirem juntos a programação do evento.

“Peguei as propostas para a festa e comecei a escrever tudo junto no papel, por categorias. Cada papel tinha uma categoria escrita com giz de cera colorido. Wesley, 10 anos, colou do meu lado, curioso, e começou a me ajudar. As meninas perguntaram o que era, se interessaram e foram naturalmente se aproximando e se envolvendo. Aproveitei para falar alto, chamando quem estava na praça para vir”, compartilhou Igor, sobre os preparativos da assembleia.

As ideias, que não tinham fim, precisavam ser sistematizadas. Depois de definir as categorias e explicar à meninada que “a lista estava enorme e talvez não fosse possível realizar tudo”, Igor pontuou a necessidade de elegerem prioridades, e assim fizeram. Segundo o mobilizador, “as crianças discutiram e chegaram a consensos sem muito esforço”.

Igor agrupou as ideias a partir de quatro frentes de trabalho – decoração, comidas, brincadeiras e apresentações-, e selecionou líderes para encaminhar as atividades. 

  • Bia já havia se prontificado para cuidar das apresentações; 
  • Danielly ficou responsável pelas brincadeiras; 
  • Maria Eduarda Celestina pela comida; 
  • Suelen Silva e Suelen Lisboa pela decoração.

Ao final da assembleia, Celestina, 11 anos, assumiu a tarefa de sistematizar as sugestões, registradas da seguinte forma:

  • Brincadeiras: pintura de rosto, amigo secreto, amarelinha, pula corda, perna de pau, pula-pula;
  • Decoração: pisca-pisca, balões, toldo com bandeirolas;
  • Lanche: bolo de chocolate, picolé, sucos, cachorro-quente, pipoca doce e salgada.

O processo de organização da festa, principalmente a partir da realização de uma assembleia, denota o potencial do brincar livre para as aprendizagens individuais e coletivas. 

Ao ocupar o espaço público para brincar, dialogar, aprender e compartilhar, as crianças estão desenvolvendo experiências importantes de participação política, cultural e comunitária.

Acompanhe o “a seguir cenas” na cobertura da festa no nosso site e nas redes sociais.

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