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Os desafios da Educação Integral – Novas premissas

O papel da escola na construção de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para a vida também é um dos desafios da Educação Integral. Um dos mais completos estudos sobre o assunto acaba de ser lançado pelo Centro de Referências em Educação Integral e MOVE, com apoio do Itaú Social. A publicação Avaliação na Educação Integral – Elaboração de novos referenciais para políticas e programas apresenta premissas para a elaboração de uma Política de Educação Integral. O estudo, realizado ao longo de mais de 12 meses de trabalho, contemplou um diagnóstico das condições estruturantes para a Educação Integral, considerando-se as redes públicas, a estrutura e gestão das organizações da sociedade civil no território e, por último, a estrutura e a gestão das unidades escolares.

“A Educação Integral é a compreensão de que todas as práticas: educativas, institucionais, escolares, comunitárias, familiares devem garantir o desenvolvimento de todos e todas, em todas as suas dimensões – intelectual, física, emocional, social e cultural, e deve-se constituir como um projeto coletivo, compartilhado por crianças, jovens, famílias, educadores e educadoras, gestores e gestoras e comunidades locais”, informa o estudo. A publicação considera ainda que uma política de Educação Integral deve “permitir, garantir e zelar pelo pleno desenvolvimento dos sujeitos, garantindo que a multidimensionalidade esteja contemplada em todos os aspectos dos processos de ensino e de aprendizagem e reconhecendo o papel ativo dos estudantes”.

Maria Thereza Marcilio, presidente da Avante – Educação e Mobilização Social, integrou o Conselho Consultivo do projeto, ao lado de nomes como Francisco Soares, Ieda Castro, Italo Dutra, Macaé Evaristo, Pilar Lacerda e Vandré Brilhante. “Participar do Conselho tem sido uma experiência enriquecedora na medida em que possibilita a convivência com diversas pessoas que refletem, questionam, propõem e aprendem sobre o tema.  Nós fizemos isso antes de a pesquisa começar, participamos da apresentação e discussão do desenho e, ao final, participamos do relato da pesquisa com a mesma perspectiva, ou seja, escutar, refletir, trazer questões e aprender”, disse Maria Thereza.

Ainda de acordo com a publicação, “a Educação Integral propõe uma visão de currículo integrador contextualizado no território para desenvolver em cada escola práticas que materializem de forma inclusiva, equitativa, sustentável e contemporânea a garantia de aprendizagens orientadas pelo desenvolvimento de competências gerais que garantam a construção de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para a vida”.

O diagnóstico considerou 11 fatores que podem anunciar a eficácia escolar no Brasil ao se mostrarem eficazes, justos, inclusivos e equitativos na garantia dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento para todos os seus estudantes, quais sejam: cultura de colaboração profissional (expertise colaborativa); perfil do professor ; liderança profissional; clima escolar; gestão participativa; práticas pedagógicas; envolvimento das famílias e da comunidade;  infraestrutura mínima adequada; avaliação e auto avaliação articuladas;  condições laborais adequadas e  articulações e parcerias locais.

Na análise de Maria Thereza Marcilio, o Caderno de Avaliação da Educação Integral apresenta uma perspectiva de avaliação que tem como foco o sujeito integral. “Não se trata de avaliar conteúdos de aprendizagem relacionados às diferentes áreas e matérias do currículo, mas sim, o sujeito como centro do processo de aprendizagem nas suas diferentes dimensões e dentro da realidade em que está inserido. É uma concepção mais abrangente e que implica os diferentes atores envolvidos: professores e alunos e as circunstâncias em que eles operam. Nesse sentido, distancia-se da concepção predominante, que avalia o desempenho do aluno por área de conhecimento reduzindo o contexto educativo a aprendizagem de conteúdos”, disse a educadora.

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