Maracanaú (CE) – Como parte do ciclo formativo do projeto Paralapracá, 30 coordenadoras pedagógicas (CP) de Maracanaú participaram de mais uma formação do eixo Artes Visuais. Na oportunidade, as educadoras refletiram sobre a importância da arte na educação infantil, experimentaram e brincaram com as cores. “Elas começaram a entender que precisam levar às professoras a oportunidade de experimentar, vivenciar e brincar com arte. Além de aprender sobre as técnicas e conhecer os artistas”, conta Iany Bessa, assessora pedagógica do projeto no município e responsável pela formação que aconteceu no mês de julho.
A formação aconteceu na Secretaria Municipal de Educação (SMED) e, além das coordenadoras pedagógicas, contou também com a presença de cinco técnicas da equipe de educação Infantil da SMED, a supervisora do Paralapracá, Francisca Nepomucena, a gerente da Educação Infantil, Solange Silvestre, além da visita do secretário de educação do município, prof. Marcelo Farias, e da Diretora do Centro de Educação da SMED, Ivanei de Atunes. “A proposta foi sensibilizar as coordenadoras para a necessidade de se olhar com atenção os materiais de arte, buscar a sua origem e possibilidades de uso para, só então, propor às professoras atividades a serem realizadas com as crianças”, explica Iany Bessa.
A assessora lembra que a maioria das atividades nas escolas prioriza a pintura de desenhos prontos, “o que, geralmente, provoca uma banalização da atividade e a deixa sem sentido..O que descaracteriza a atividade como prática artística”, diz a assessora. Para provocar a experimentação, foi utilizado um material indiano chamado Gulal – um pó colorido feito de minerais naturais e não tóxico utilizado para brincadeiras ao ar livre e em festivais. Segundo Iany, a estratégia foi utilizada para estimular a reflexão sobre a manipulação sensível dos objetos de uso cotidiano e da natureza, associado a materiais específicos das Artes Visuais. “Além disso, houve a intenção de mostrar a relevância de sensibilizar nosso olhar para o que está ao redor, enxergar a natureza e os materiais naturais como recursos que enriquecem as propostas de arte para a Educação Infantil. E, a partir daí, a importância de se planejar as experiências a serem desenvolvidas junto às crianças”, conta Iany.
Momentos de reflexão
A formação contou ainda com rodas de conversas e momentos de reflexão sobre questões ligadas à arte e sua importância na educação infantil. Foram tomados como base o Caderno de Orientação Assim se Faz Artes Visuais, do projeto Paralapracá e o livro 300 propostas de artes visuais – (Editora Loyola), Ana Lúcia de Moraes Tatit e Maria Silvia Monteiro Machado, que integram a Mala Paralapracá. “No livro, as autoras explicam que a manipulação sensível das cores traz, não só o prazer com a atividade, mas também provoca um pensar, escolher e proporcionar experimentações em arte com as crianças que façam sentido, para que essas atividades proporcionem não só sensações, mas também novas descobertas”, explica Iany. De acordo com a assessora, o Caderno de Orientação do Paralapracá foi a referência para as reflexões sobre “o educador e o processo criativo”.
Na avaliação final da formação as coordenadoras pedagógicas compartilharam um pouco do aprendizado do dia. Para elas, suas descobertas vão em direção a uma arte que provoca liberdade. Questionadas se já vivenciaram momentos de experimentação livre com a arte e se já proporcionaram estes momentos com as crianças, poucas se manifestaram. E quando o fizeram foi por meio da pintura sem regras, respeitando o modo de fazer da criança. O resultado? “Foi simplesmente lindo e pessoal”.
O Paralapracá é um projeto do Instituto C&A, executado pela Avante – Educação e Mobilização Social, nos municípios: Camaçari (BA), Maceió (AL), Maracanaú (CE), Natal (RN) e Olinda (PE). A iniciativa visa contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento às crianças na Educação Infantil, com vistas ao seu desenvolvimento integral. O projeto se desenvolve em aliança com secretarias municipais de educação e possui dois âmbitos de atuação: a formação continuada de profissionais de Educação Infantil e o acesso a materiais de uso pedagógico de qualidade, tanto para crianças quanto para professores.