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Crianças do Calabar e do Rio de Janeiro reúnem-se por meio de vídeo conferência

Uma das finalidades do projeto Infâncias em Rede é, como propõe o nome, unir crianças de diferentes cidades em uma rede de troca de informações sobre suas realidades e pontos de vista sobre a militância pela efetivação da participação infantil e luta por seus direitos. Na mesma semana em que os meninos/as do Calabar filmaram um vídeo que integrará uma campanha mundial contra a violência doméstica, tiveram a oportunidade de trocar experiência com meninos/as do Rio de Janeiro que fazem parte do projeto + Criança, da Fundação Xuxa Meneghel. A reunião, via vídeo conferência, aconteceu em Salvador, na sede da Avante – Educação e Mobilização Social. Eles diminuíram a distância entre os dois estado por meio de um bate-papo animado, relatos sobre as ações que estão realizando em suas comunidades e até cantaram juntos.

Coordenando o grupo soteropolitano estavam o educador e músico, Juracy do Amor, a coordenadora do projeto Ana Marcilio e a psicóloga Fernanda Pondé, responsável pela mobilização do Grupo de Crianças do Calabar. Ana Paula Rodrigues, coordenadora do Programa de Redes e Incidência Política da Fundação Xuxa Meneghe, acompanhava os meninos/as cariocas. À princípio, devido a inexperiência com uma vídeo conferência, algumas crianças do Calabar se mostraram tímidas, o que foi superado com uma pergunta de um de seus pares do Rio. “O que vocês estão fazendo em Salvador?”.

A primeira ação lembrada na resposta foi uma das peças da campanha de combate à violência contra as crianças, que está sendo desenvolvida no Calabar em diferentes frentes. “Nós fizemos uma música”. “Cantem!”, pediram os cariocas. As crianças do Calabar cantaram em alto e bom som: “Não pode bater na criança / Tem que ter mais tolerância / se você presenciar a criança apanhar / Disk 100”.  A música, que já foi gravada, deve ser lançada em breve.

Agora animados, depois de serem aplaudidos, os meninos do Calabar falaram do processo de construção da música. Contaram que antes a ideia era fazer uma peça de teatro, a qual chegou a ser escrita com base em debates as origens da comunidade, que já fora um quilombo; sobre violência e a Lei Menino Bernardo. Contaram sobre outras ações como a reforma de uma praça da comunidade, e sua participação como atores no vídeo recém filmado sobre violência doméstica contra as crianças.

Após listarem essas e outras ações, o meninos/as do Calabar retornaram a pergunta e ouviram os seus pares contarem sobre a experiência no Parque das Brisas, uma Área de Proteção Ambiental (APA) que foi identificada como uma de suas preocupações nas áreas próximas à comunidade onde vivem.

Eles contaram que aprenderam o que é uma APA e relataram que o Parque das Brisas está muito mal cuidado. As crianças estão realizando atividades no local desde o final do ano passado. Em uma delas, realizada em agosto deste ano, a coordenadora do Infâncias em Rede, Ana Marcilio, esteve presente, o que foi noticiado pela Fundação Xuxa. Elas contaram ainda que têm havido destruição de flores e plantas raras que só existem no local e que no dia seguinte à vídeo conferência começariam a fazer placas para que as pessoas saibam mais sobre o parque. “Queremos que as pessoas entendam o que é uma APA. E para isso vem um agente ambiental nos ensinar mais, amanhã. E nós vamos escrever nas placas”.

Eles relataram também que coletaram mais de 200 assinaturas em prol da causa e que pretendem falar com o secretário de meio ambiente sobre seus planos para a APA. Outra ação foi realizada na pré-conferência do Meio Ambiente, quando entregaram para representantes da secretaria a Carta das Crianças para a APA Parque das Brisas. Os meninos/as do + Criança terminaram seu relato convidando os soteropolitanos para a inauguração das placas que farão para o parque.

A possibilidade de uma viagem ao Rio de Janeiros deu início a uma troca de informações sobre o que cada cidade tem de bom para ser apresentado. Foi o bastante para a animação crescer entre eles, o que os levaram a cantar, juntos, músicas que ambos os grupos conheciam, o que só foi interrompido pelo horário de verão. Cinco da tarde em Salvador, seis no Rio. Horário dos cariocas pegarem o ônibus e irem pra casa.

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