Coordenadoras exploram o mundo sobre os trilhos do trem

Começar o dia em contato com a vida, a história e a cultura de um lugar é entrar em sintonia com riquezas que estão a todo instante ao nosso alcance, mas que os olhos já não registram, em especial pela correria dos dias. Mas para 30 coordenadoras pedagógicas dos Centros de Educação Infantil atendidos pelo Paralapracá do município de Maceió o tempo parece ter parado por um instante para o dia começar um pouco diferente. “Acordei pensando que ia ser mais um dia como tantos outros. Ledo engano. Seria o dia do nosso passeio de trem VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) com as companheiras do Paralapracá”, conta Luziane Maria dos Santos, coordenadora pedagógica da Creche Maria Nilda.

Reunidas, elas partiram para descobertas e redescobertas que iriam mobilizar, inquietar, provocar reflexões e impactar na prática pedagógica no cotidiano das escolas. Com esta atividade o projeto dá início ao mais novo eixo da formação continuada para os profissionais da Educação Infantil que tem como um dos objetivos proporcionar momentos de ampliação cultural.

O evento aconteceu no mês de março no Centro Histórico de Maceió e proporcionou uma diversidade de novas e antigas sensações às coordenadoras pedagógicas, desde provar frutas nas feiras, visitar a antiga fábrica de tecido em Fernão Velho, passear à beira do Rio Largo, trocar experiências com moradores da região que vivem da pesca e do turismo. “O passeio apresentou caminhos que levaram as educadoras a ter contato com conhecimentos que podem e devem ser levados de maneira lúdica e atrativa para as crianças da educação Infantil”.

“Elas aprendem com isso que é possível e necessário para a criança conhecer o mundo fora dos muros da escola para que tenham uma visão mais ampla e expandida em relação ao mundo”, disse Geisa Andrade, assessora do Paralapracá em Maceió. Geisa lembra que o currículo também é construído no entorno da escola, com os saberes da comunidade. E que é necessário ir até lá “para saber o que estudar, o que aprender, o que experimentar, o que explorar. Para depois planejar experiências como estas para as crianças”.

Luziane ressalta que o papel do coordenador pedagógico é desafiador, pois este profissional precisa acreditar no projeto e estar aberto para o novo. “Só desta forma poderá motivar a equipe e fazer o projeto acontecer na prática. O Paralapracá fortalece o papel do coordenador pedagógico e fornece o respaldo necessário para que a prática tenha êxito”, diz. Ela também admite ter percebido a necessidade de romper com as amarras que separam a escola da comunidade. “Conhecer o mundo transcende os muros da escola e é um momento único e rico em troca de experiências, bem como de ampliação de conhecimentos”.

A coordenadora pedagógica da Creche Maria Nilda explica também que já foram realizados passeios de trem com as crianças da instituição que trabalha, mas de forma esporádica, pois envolvem uma série de dificuldades, entre elas a financeira. “Com o passeio e as formações do Paralapracá já percebo que nossas crianças podem explorar o mundo sem grandes investimentos e reconhecer-se como um ser social que necessita descobrir, explorar e compreender o mundo”. Ao final do passeio Luziane escreveu e socializou um registro escrito de próprio punho sobre a experiência e traduziu em poucas palavras o clima que tomava conta do grupo: “Valeu a pena, valeu a pena! Obrigada companheiras pela manhã tão rica e prazerosa. Obrigada ao Paralapracá, por ter nos proporcionado esse passeio maravilhoso!”.

O Paralapracá é um projeto do Programa Educação Infantil do Instituto C&A em parceria técnica com a Avante – Educação e Mobilização Social. No ciclo II, o projeto está presente em Olinda (PE), Maceió (AL), Camaçari (BA), Natal (RN) e Maracanaú (CE). No Ciclo I, atuou em Jaboatão dos Guararapes (PE), Teresina (PI), Caucaia (CE), Feira de Santana (BA) e Campina Grande (PB).
 

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