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Comunidade de Aprendizagem envolve gestores das secretarias em Atuação Educativa de Êxito e promove aproximação com escola e sustentabilidade da iniciativa na rede

Sensibilizar a equipe das secretarias municipais parceiras do projeto Comunidade de Aprendizagem para que entendam seus princípios, utilizando ferramentas já utilizadas nas ações nas escolas em parceria com a comunidade. Assim surgiu a proposta de realizar as Tertúlias Dialógicas também com os técnicos das secretarias. “Eles são uma peça chave na sustentabilidade do projeto porque fazem a ponte entre o secretário e a escola”, conta Carol Duarte, coordenadora do projeto na Avante – Educação e Mobilização Social que, em parceria técnica com o Instituto Natura, atende os municípios de Fortaleza e Horizonte (CE), há dois anos, e esse ano passa também a realizar ações em Camaçari (BA).

As formações com os gestores da secretaria de educação já são previstas entre as ações da inciativa. As Tertúlias Dialógicas também. Só que elas eram realizadas apenas no contexto da instituição de ensino, a partir da leitura de obras clássicas, promovendo discussões entre os alunos – as Tertúlias Literárias Dialógicas. O diferencial na formação da equipe da secretaria é que com os técnicos são utilizados textos clássicos de alguma área de conhecimento. Por isso são chamadas de Tertúlias Pedagógicas Dialógicas.

Régia Ribeiro de Holanda, assessora técnica da Secretaria Municipal de Educação de Fortaleza e formadora local do projeto no município conta que já participou de cinco Tertúlias Dialógicas Pedagógicas e que nesses encontros são trabalhados tanto textos clássicos da pedagogia, como aqueles mais técnicos, a exemplo dos textos sobre os diferentes aspectos do Comunidade de Aprendizagem. “As tertúlias têm levado os técnicos a um debate que busca a intervenção, uma postura mais proativa em termos de participação na comunidade escolar e no projeto Comunidade de Aprendizagem. Todos temos aprendido a ouvir melhor o outro, a avançar mais objetivamente nas discussões, e, acima de tudo, a modificar a nossa realidade”, diz.

Glaucia Borja, formadora em Fortaleza (CE) e formadora líder em Camaçari (BA), conta que ano passado o grupo de técnicos e gestores escolheu aprofundar os conhecimentos por meio da leitura do livro Aprendizagem: outra escola é possível, da Profª Roseli Rodrigues de Mello, da Universidade Federal de São Carlos/ SP. E esse ano a Tertúlia Pedagógica Dialógica foi retomada com o texto Saberes necessários à prática educação – Trecho do livro Pedagogia da Autonomia, de Paulo Freire. Os textos trouxeram boas reflexões e o grupo demonstrou interesse em saber como estão as escolas neste processo de transformação, e o interesse em conhecer melhor as necessidades de cada instituição”, conta.

Levar as Tertúlias Dialógicas para a formação dos gestores foi uma sugestão da equipe de formadores da Avante no segundo semestre do ano passado (2015), durante segunda visita anual aos municípios.  “Nós verificamos que os técnicos e gestores da secretaria municipal de educação se interessaram pelo projeto, mas precisariam entender melhor a iniciativa para intensificar o apoio nas escolas nessa fase de transformação para se tornar uma comunidade de aprendizagem. Por ser esse um projeto de transformação social e cultural eles têm demandas diferentes. Ao invés de serem analisados e cobrados por resultados concretos, o que precisam é de condições para dar apoio às ações nas escolas”, diz Glaucia.

Régia Ribeiro concorda. “As Tertúlias têm nos ensinado mais do que os conteúdos dos textos. Estamos, naturalmente, transferindo alguns aspectos da metodologia em outros encontros. Incorporamos o respeito à ordem das falas de cada um, a disciplina em escutar o outro, o que permite que cada um tenha a oportunidade de expressar seus pensamentos, o que nos dá um sentimento de igualdade entre nós, que é muito mais produtivo”.

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