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Avante Indica: leitura do relatório Como evitar acidentes na Primeira Infância

“Os acidentes são as principais causas de mortes e hospitalizações de crianças a partir de um ano de idade no Brasil”. A afirmação consta do relatório Evitando Acidentes na Primeira Infância , lançado recentemente pela Rede Nacional Primeira Infância (RNPI). O relatório traz uma análise dos dados estatísticos, a identificação dos projetos de governo e das instituições sobre o tema, além de formas de prevenção de acidentes com as crianças.

De acordo com Luiza Laffite, coordenadora da secretaria executiva da RNPI (2014/2014) pelo Instituto Infância (IFAN), um dos objetivos da RNPI é tornar públicos novos conhecimentos sobre as 13 ações finalísticas do Plano Nacional Pela Primeira Infância (PNPI). O relatório leva o nome de uma destas ações finalísticas do Plano. A Avante Indica a leitura da publicação por considerar o documento uma excelente fonte de subsídios para ações e políticas de prevenção na temática.

Dados

A principal fonte de dados para o relatório foi o sistema de dados do Ministério da Saúde (Datasus) de 2012. Como o sistema não possibilita a estratificação da faixa etária de zero a seis anos (Primeira Infância) foram considerados os dados de zero a nove anos.

O relatório informa, por exemplo, que os acidentes foram responsáveis pela morte de 3.142 crianças e pela hospitalização de 75 mil meninos e meninas. O que, esclarece o documento, caracteriza a situação como um grave problema de saúde púbica. Entre as principais ocorrências estão os acidentes de trânsito (atropelamentos, passageiros de veículos, motos e bicicletas), que representam 33% destas mortes; seguidos de afogamento (23%); sufocamento (23%), queimaduras (7%), quedas (6%) e outros (6%). Entre as crianças menores de 1 ano o sufocamento representa 70% dos óbitos e o trânsito 13%.

Outros dados dão a marca da realidade na nossa cultura. Os meninos, por exemplo, estão em maior risco e respondem por mais de 60% das mortes por acidentes na Primeira Infância. De acordo com o relatório, isto se deve à própria natureza ousada dos meninos, mas também à tendência dos pais e da sociedade de dar mais liberdade aos meninos e mais cuidados ás meninas.

O estudo realizado mostra que alguns elementos estão diretamente associados ao risco de acidentes. A pobreza, crianças criadas por mães solteiras e jovens, baixo nível de educação materna, habitações precárias e famílias numerosas são alguns deles. Mas também mostra que esta realidade pode ser transformada e a possibilidade de se evitar os acidentes chega a 90% dos casos. Para tanto, o relatório aponta como estratégias a educação, modificações de engenharia do meio ambiente, a criação e cumprimento das leis e o empoderamento da comunidade.

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