O projeto Paralapracá tem como princípio o fato de que toda criança tem o direito a uma escola equitativa, plural e acolhedora, um espaço no qual possa contar com a educação e o cuidado apropriados à sua faixa etária, e em que seja respeitada a sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. Em seis anos de trajetória, muitas pessoas participaram do Paralapracá e colaboraram para o seu amadurecimento e ampliação do seu alcance, construindo o caminho que levaria a proposta inicial, de projeto, a um novo formato – Programa Paralapracá.
Uma dessas pessoas foi Lilian Galvão, que conheceu a Avante – Educação e Mobilização Social em 2005 e, em 2010, tornou-se assessora do Projeto em Campina Grande (PB), município do ciclo I (2010 – 2012). Em seguida, Lilian viria assumir a coordenação da Educação a Distância (EaD) do Programa. História que ajuda a contar os #20anosAvante.
“Eu conheci a Avante quando a instituição fez parte do comitê de júri do Prêmio Itaú/ UNICEF, em 2005. A ONG Apôitchá – da qual sou uma das fundadoras -, ganhou este prêmio entre 1.682 outras instituições. Em 2010, a Avante abriu seleção para assessor do projeto Paralapracá. Participei, e de lá para cá nunca mais nos separamos!”, lembra Lilia Galvão.
Ao assumir a função de assessora do programa Paralapracá em Campina Grande, Lilian Galvão acolhia o desafio de atuar na segunda cidade mais populosa da Paraíba, na época com 28,47% das crianças inscritas em creches das redes pública e privada. E na pré-escola, 93% das crianças com idade entre 4 anos e 5 anos e 11 meses.
O projeto Paralapracá em Campina Grande aconteceu em 26 Centros de Educação Infantil (CEI), responsáveis pelo atendimento de 3.034 crianças, e envolveu 63 profissionais atuantes neste segmento, entre eles 35 coordenadoras pedagógicas. A qualificação das coordenadoras pedagógicas impactou positivamente a prática de 448 professores.
Os impactos dessa ação que fortaleceu o coordenador pedagógico enquanto formador dentro das instituições de Educação Infantil e promoveu formação dos professores, tendo como princípio a reflexão sobre as práticas, trazendo a valorização do brincar e um novo olhar sobre a infância, favorecendo o desenvolvimento integral das crianças, deixaram em Lilian Galvão a primeira impressão sobre a instituição. “A primeira coisa que me vem à cabeça quando se fala na Avante é uma organização de gente que faz, porque acredita no desenvolvimento da Educação e da mobilização social como saída para as desigualdades presentes no mundo!”.
Em 2013, a comunicação da Avante executou a implementação do primeiro piloto de formação em Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) do projeto e no ano seguinte, Lilian Galvão, viria a assumir a coordenação de EaD. O trabalho com EaD colaborou para a inauguração de uma nova fase do Paralapracá, ampliando o seu alcance. e favorecendo a integração da sua tecnologia social ao Guia de Tecnologias Educacionais do Ministério da Educação (MEC), em 2015. O Paralapracá, cuja proposta metodológica fora formulada pela Avante e tecnologia social desenvolvida a partir da parceria técnica com o Instituto C&A, conquista estatura de Programa e ganha caráter nacional. “A Avante é uma organização baiana e global. É uma ONG aprendente, reflexiva, inovadora, orgânica. A Avante movimenta e transforma cenários vulneráveis, pois desperta e revela potencialidades humanas, sociais e educativas”, ressalta a coordenadora de produção de conteúdo EaD.
Programa Paralapracá
O Programa mobiliza uma cadeia de profissionais da Educação Infantil dos municípios, com o intuito de impactar na qualidade da educação oferecida às crianças. Direta ou indiretamente, são envolvidos prefeitos, secretários de Educação, técnicos de Educação Infantil das secretarias, diretores, professores e demais funcionários das instituições desse segmento, sendo os coordenadores pedagógicos e os técnicos responsáveis pela formação do público central do programa.
O Paralapracá foi concebido, originalmente, como projeto, desenvolvido pela Linha de Formação de Educadores e Tecnologias Educacionais da Avante, como parte do programa Educação Infantil do Instituto C&A. Lançado em 2010, foi implementado em 10 (dez) municípios do Nordeste, ao longo de 6 (seis) anos.
No primeiro ciclo, entre 2010 e 2012, foi desenvolvido nas cidades de Campina Grande (PB), Caucaia (CE), Feira de Santana (BA), Jaboatão dos Guararapes (PE) e Teresina (PI). No segundo ciclo, que se iniciou em 2013 e vai até 2017, abrange os municípios de Camaçari (BA), Maceió (AL), Maracanaú (CE), Natal (RN) e Olinda (PE), com resultados significativos constatados pelos processos de monitoramento e pela avaliação externa realizada pela consultoria Move Social.