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Foco nas Infâncias: um ano de brincar 

Em 2024, não faltaram crianças e brincadeiras na Praça do Sucuiú. O ano foi repleto de diversão, experiências e aprendizagens para as 76 crianças e adolescentes atendidas pelo projeto Foco nas Infâncias, desenvolvido na comunidade da Baixa do Tubo e Sucuiú, em Salvador.

Além das atividades brincantes semanais, mediadas por uma equipe de mobilizadores – que têm dedicado tempo, afeto e cuidado às crianças – o Projeto oportunizou experiências diversas, dentro e fora do território comunitário, a fim de ampliar o repertório cultural das crianças, negligenciadas em seu direito de vivenciar a cidade e seus equipamentos públicos.

O Alto do Coqueirinho, bairro que abriga as comunidades da Baixa do Tubo e do Sucuiú, está localizado próximo a praias e parques metropolitanos gratuitos, como o Parque de Pituaçu – uma das principais áreas verdes de Salvador – e o Parque Lagoas e Dunas do Abaeté. No entanto, mesmo perto desses dois espaços gratuitos de lazer, propícios ao brincar livre das crianças e ao contato com a natureza, o acesso dos moradores da comunidade aos parques é mínimo – constatação verificada pela equipe do Projeto no acompanhamento e escuta das crianças. 

“Investimos longos meses de trabalho observando a interação social das crianças e adolescentes com seus pares, com seus responsáveis e com o próprio espaço. Isso que chamamos tecnicamente de escuta ativa nos oferece pistas sobre como atuar e desenvolver um trabalho educativo, de desenvolvimento de habilidades socioemocionais”, pontuou Christiane Sampaio, coordenadora do Foco nas Infâncias.

As estratégias de escuta ativa, empreendidas durante as interações nos encontros brincantes, possibilitaram à equipe verificar diferentes atravessamentos sociais que afetam os direitos das crianças, entre eles, o direito à liberdade e o direito à cidade. 

De acordo com observação feita por Igor Sant’Anna, mobilizador brincante do Projeto, as famílias da comunidade “não têm a vivência de cidade. Os adultos, geralmente, só saem da comunidade para trabalhar. Por consequência, as crianças ficam limitadas àquela realidade”. 

Em atenção às necessidades comunicadas pelas crianças, a partir da linguagem do brincar, outras experiências foram oportunizadas pelo Projeto, sobretudo, no segundo semestre, quando a equipe já tinha elementos necessários para reconhecer as demandas não verbalizadas pelas crianças.

Nesse sentido, uma das ações mais significativas ocorreu em setembro, quando, sob o pôr do sol da Lagoa do Abaeté, as crianças puderam assistir ao espetáculo de dança contemporânea sobre pernas de pau – intitulado Ex-passo – encenado a céu aberto. As mães também participaram do passeio, atendendo a uma das tônicas do Projeto: o fortalecimento de vínculos entre criança – família – comunidade.

Em outubro, em comemoração ao mês das crianças, a meninada recebeu, na própria comunidade, o espetáculo Circo-Família Pé na Terra, protagonizado pela família de palhaços – Caxambó (pai), Didi Siriguela (mãe) e seus filhos Cenourinho e Burburinha. Não faltaram piruetas, malabarismo, gargalhada, pinturas de rosto e lanche para a criançada.

Ainda em outubro, as crianças participaram de uma mostra fílmica, realizada em parceria com o Mirá – Núcleo de Animação da Escola de Belas Artes – UFBA, onde assistiram aos filmes “As Aventuras de Amí” e “Pequenos Narradores”. Com temáticas voltadas à cultura, cuidado e família, as peças foram exibidas para as crianças na Escola Municipal Anjos de Rua, que atende à comunidade. Após a exibição, os participantes realizaram atividades com pinturas e desenhos.

Em novembro, mês da consciência negra, as crianças participaram de uma segunda mostra fílmica, onde assistiram à animação “Ewé de Òsányìn: o segredo das folhas”, referenciada nas culturas africanas e indígenas.

Para encerrar o ciclo de atividades anual, na primeira semana de dezembro, as crianças protagonizaram uma exposição fotográfica, com registros de suas vivências no Projeto. Meninas e meninos se divertiram ainda com um show de talentos, pintura de rosto e roda de samba.

Em depoimento, Andressa Silva, mãe de Enzo, 4, participante do Projeto, declarou que a Avante, por intermédio do Foco nas Infâncias, “preza pelas crianças e adolescentes da comunidade, dando a elas toda educação e liberdade de expressão, por meio das brincadeiras”.

O projeto Foco nas Infâncias: defesa de Direitos na Baixa do Tubo do Coqueirinho é realizado pela Avante – Educação e Mobilização Social, em parceria com a @KinderNotHilfe (KNH).

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