Formação do Nossa Rede transforma dia a dia das crianças da Educação Infantil

Desde 2018, gestores e coordenadores pedagógicos da Educação Infantil da Rede Municipal de Salvador vêm participando das formações ministradas pela Avante – Educação e Mobilização Social, por meio das ações do programa Nossa Rede voltadas para esse segmento. Além dos encontros mensais para discutir Relações, espaços e tempos de qualidade na Educação Infantil, 21 instituições, incluindo creches conveniadas, participam da formação in loco – reflexão sobre a prática “no chão da escola”.

A proposta de refletir a prática cotidiana com base nos referenciais teóricos e compartilhamento de experiências é uma marca Avante que norteia os encontros formativos coletivos do projeto, ganhando potência na formação in loco.  Para Gleide Santos, diretora do CMEI Uruguai, a formação de educadores é algo que deve ser continuo, “é algo que não para, e com Daniela [Daniela Varandas, formadora da Avante] está sendo um aprendizado muito grande. Ainda estamos no processo, mas já foi uma grande transformação. Eu aconselho qualquer escola a abrir as portas para a Formação in loco”, disse.

O primeiro passo na formação realizada dentro das escolas é a identificação de um desafio para, a partir dele, definir um Plano de Mudança. O CMEI Uruguai identificou como desafio a exploração do espaço da instituição. Na prática, um andar inteiro estava fora de uso. A equipe da instituição, então, decidiu transformar essa realidade. “Toda formação tem como meta a melhoria da qualidade no atendimento às crianças e esse processo de Formação in loco não tem sido diferente, pois tem nos permitido enxergar os espaços que antes não víamos”, conta Gleide Santos. Daniela Varandas, completa: “a gestora se sentiu mais segura com as reflexões e provocações feitas nos encontros formativos e passou a utilizar o primeiro andar do CMEI, antes ocioso. Ela tinha receio que as crianças usassem a escada, e durante os diálogos nos encontros de formação, ela percebeu que esse receio não procedia.” disse. A partir das trocas de experiências, debates e reflexões, a equipe do CMEI Uruguai decidiu construir ateliês pedagógicos no primeiro andar para atividades lúdicas com as crianças.

Repercussão

Depois de passar por toda a formação teórica dos encontros in loco e os quatro meses de implementação do Plano de Mudança, o CMEI Pio Bittencourt colhe os frutos de uma rotina transformada, acumula histórias pra contar e tornou-se referência para outras instituições. O desafio estabelecido pela equipe foi o momento da alimentação – o horário de almoço -, um tempo desconsiderado no planejamento pedagógico e de grande desgaste pela agitação das crianças. Nasce, então, o projeto Alimentação Saudável é Gostosa pra Chuchu.

Consuelo Almeida, diretora do CMEI, conta que a instituição saiu de um momento mecânico na hora da alimentação, para um crescente no que se refere à autonomia e ao prazer de se alimentar, onde a criança é a protagonista. “O projeto primeiramente buscou inserir a alimentação como tema na sala de aula, antes de partir para a prática. Introduzimos o uso dos utensílios e trabalhamos a questão psicomotora de como segurar o pegador de macarrão, por exemplo; e como fazer a degustação separada de cada um dos alimentos”, conta a diretora.

Outro fator desencadeador da transformação desejada foi a implementação da modalidade self-service no almoço das crianças. “Colocamos mesinhas baixas com os alimentos que, agora, as próprias crianças escolhem o que e quanto querem comer. Para isso, disponibilizamos plaquinhas para auxiliar na escolha e ao mesmo tempo trabalhamos o letramento. Como consequência, tivemos uma diminuição enorme do desperdício e a inauguração de uma nova relação com a própria alimentação”, afirma Consuelo. Após o excelente resultado, outras escolas decidiram implementar a metodologia, entre elas o CMEI Nova Esperança, o CMEI de Amaralina, o CMEI São Gonçalo e a Creche Comunitária Mães de Dom Avelar.

Nossa Rede

O programa Nossa Rede Educação Infantil é executado pela A Avante – Educação e Mobilização Social, por meio de parceria com a SMED. Desde 2014 as duas instituições vêm implementando ações pela qualificação do segmento e melhoria do atendimento das crianças de zero a seis anos. Já foram elaborados materiais para crianças, professores, familiares, gestores; feita a revisão do Referencial Curricular da Educação Infantil e desenvolvido o primeiro sistema brasileiro de monitoramento, totalmente online, para esse segmento, além de ações formativas para uso dos materiais produzidos especificamente para o Programa. O processo foi todo construído de forma coletiva e dialógica com os diversos atores da Rede, inclusive familiares.

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