Entusiasmos na segunda formação da Educação Infantil do Nossa Rede

Para a consultora associada da Avante – Educação e Mobilização Social, Rita Margarete, a segunda formação dos profissionais da Rede Municipal de ensino de Salvador, visando a implantação do Programa Nossa Rede, demonstrou a disponibilidade dos profissionais e sua confiança nos resultados. Rita é uma das coordenadoras do Programa de Desenvolvimento de Educação Infantil (‎PRODEI), desenvolvido numa parceria entre a Avante e a Secretaria Municipal de Educação (SMED) de Salvador, e que foi incorporado ao Nossa Rede, projeto pedagógico do município de Salvador para a Educação Infantil e Ensino Fundamental I. “O sentimento de corresponsabilidade e de co-autoria é motivo de alegria e entusiasmo, que faz o trabalho de formação fluir bem”. A formação do Programa Nossa Rede, no segmento da Educação Infantil, aconteceu na Associação Bahiana de Medicina (ABM), no dia 27 de outubro, e contou com a presença de 224 coordenadores pedagógicos.

O entusiasmo está presente no depoimento de Maria Francisca dos Santos Mota, coordenadora do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Maria Rosa Freire, no bairro da Palestina. “Não tinha idéia do que seria o encontro. Achei muito bom, e o material que eles apresentaram é muito interessante”. Para ela, um dos temas que lhe chamou a atenção foi o cuidado com as crianças de 0 a 3, no sentido de possibilitar a elas um bom desenvolvimento. “O que inclui não antecipar o que elas querem, o que ela está pensando, mas permitir que ela faça o trabalho de descoberta. O adulto tem mania de, quando a criança aponta, ir lá e pegar, não deixar que ela vá em busca de sua experiência de aprendizado; prevê um perigo e já a protege, impedindo que a criança continue sua descoberta”, disse.

Mônica Muniz, coordenadora do CMEI Angelina Rocha de Assis, da Gerência Regional de Educação (GRE) Pirajá, em Boa Vista do Lobato, também demonstrou seu entusiasmo com a formação. “Excelente. Estamos numa fase preliminar, mas estamos tendo acesso a novos conhecimentos. As questões de como trabalhar com criança de creche e de como trabalhar com criança de pré-escola são de extrema importância. São segmentos que fazem parte da Educação Infantil, porém têm especificidades que nunca foram debatidas como tal. A Educação Infantil está em processo de maturação”.

Vanilza Jordão, técnica pedagógica da SMED, ressaltou a continuidade das formações como um dos aspectos que as fazem mais interessantes. “O que mais me agrada é que estamos construindo algo que tem como base a realidade, seja do país, do estado e do município, seja do conhecimento dos profissionais da Rede, o qual foi aproveitado e está sendo desenvolvido constantemente. É, portanto, uma construção que nos permite um reconhecimento do seu conteúdo enquanto pessoa e profissional. Ou seja, é um processo que permite a nós um autoconhecimento e um consequente melhoramento de nossas atuações, pois estamos sendo ouvidos e continuamos a debater nossos saberes e a apurá-los.”

Maria Francisca do Santos Mota, coordenadora pedagógica do CMEI Maria Rosa Freire, no bairro da Palestina corrobora o que disse a técnica pedagógica da SMED.  “As formadoras nos deram luzes para aprimorarmos muitas práticas que já utilizamos, o que nos fortalece e nos dá abertura para criar novas estratégias em cima desse conhecimento. Toda vez que somos provocados, acabamos revisitando aquilo que está acomodado como aprendizagem e acabamos encontrando novos caminhos, tanto na fundamentação teórica como na prática.”

Diagnóstico

A formação foi dividida em duas etapas. Uma, o diagnóstico sobre o contexto da Rede para implementação do Programa Nossa Rede. Liderados por Fabiola Bastos, consultora associada da Avante e uma das responsáveis pela linha de monitoramento do Nossa Rede na Avante, os/as coordenadores/as pedagógicos/as fizeram algumas dinâmicas que os ajudaram a identificar quais os desafios e potencialidades existentes hoje. “Entre os desafios eles apontaram a realidade da estrutura física das instituições de ensino e a falta de material e de professores. Mas o desejo e a disposição de participar, o material do Programa elaborado de forma coletiva, por meio da mobilização de toda a comunidade escola, são potencialidades que geram confiança no Programa”, disse.

A segunda etapa ficou por conta de Lucia Peçanha, especialista no desenvolvimento de crianças de 0 a 3 que integrou a equipe que elaborou os materiais para os profissionais que atuam nas creches (Orientações Pedagógicas).

Orientações pedagógicas

Feito em material flexível e durável as Orientações pedagógicas para os profissionais da creche, mais conhecidas como “Pranchões”, trata de conteúdos orientadores e mobilizadores para colaborar com um atendimento de qualidade às crianças de 0 a 3 anos. O material orienta sobre o tipo de brinquedos a serem oferecidos, a importância do movimento para o desenvolvimento das crianças, como fazer o registro das práticas pedagógicas, além de fornecer bases para a construção de uma equipe dentro das instituições, entre outros. Tudo acompanhado de sugestões de reflexões, atividades para o cotidiano e de leitura para ampliação do conhecimento.

“Foi algo que superou minhas expectativas. Conhecia coisa parecida em outro formato, mas não naquele, e achei excelente, pela durabilidade, flexibilidade do material, facilidade de manuseio e de uso”, disse Maria Francisca do Santos Mota, coordenadora do CMEI Maria Rosa Freire. Margarete Melo Souza, coordenadora do CMEI Valnei Carnelas, em Cajazeira, contou que ouviu falar muito dos pranchões, mas ainda não tinha visto. “Aprovadíssimos. E estou doida que cheguem logo na escola”, acrescentou.

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