Paralapracá é referência em pesquisas sobre Educação Infantil

Ao longo de seis anos de atuação para a melhoria da qualidade do atendimento às crianças na Educação Infantil, o Paralapracá tem despertado cada vez mais interesse da comunidade acadêmica. Em 2014, o programa foi tomado como referência em pesquisas desse segmento da educação em universidades de estados cujas secretarias municipais foram parcerias no ciclo I do programa (2012-2014): Pernambuco, Ceará e Piauí. Esse ano (2016) tornou-se fonte para especializações em Docência na Educação Infantil na Universidade Federal da Bahia (UFBA), de educadoras/es do município de Camaçari (BA), parceria no ciclo II (2013-2017).


Citado em pelo menos seis Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), apresentados em junho, o programa foi utilizado nas pesquisas de Simone Oliveira, técnica da Secretaria de Educação de Camaçari; e da professora da Educação Infantil do mesmo município, Laís Muniz. Sob os títulos Formação continuada na Educação Infantil e suas tecituras nas experiências das docentes de Camaçari” ; e “Reinventando o espaço da sala de Educação Infantil a partir do olhar das crianças para o aprender brincando”, respectivamente. Os trabalhos abordam princípios fundamentais do programa.


Além de Simone e Laís, a gestora da Escola Municipal Emaús (também em Camaçari), Elisângela de Oliveira, estudou o tema “Organização do ambiente, com a palavra as crianças”. Já as professoras Patrícia Ferreira e Ana Cleide Cardoso, também da Escola Emaús, apresentaram trabalhos sobre as “Contribuições do brincar para a aprendizagem” e a “Escuta sensível do professor na Educação Infantil”, respectivamente. Outro tema pesquisado foi o “protagonismo da criança na construção do currículo para a Educação Infantil”, pela técnica da Secretaria Municipal de Camaçari e dupla AVA do Paralapracá, Cristina Nascimento.


Formação continuada na Educação Infantil


O tema da pesquisa da supervisora do Paralapracá em Camaçari, Simone Oliveira, sobre a relevância da formação continuada para o desenvolvimento profissional surgiu a partir da sua atuação como formadora do Proinfância e foi ampliado com as formações promovidas pelo Paralapracá.  Depois de muito estudo e reflexões, Simone avalia que ainda existem muitas práticas dissonantes com os documentos que normatizam e orientam a Educação Infantil no Brasil.


Sua pesquisa mostra que essa constatação, no entanto, não se refere à maioria das instituições contempladas pelo Paralapracá, onde é visível a mudança de concepção e transformação na rotina e práticas pedagógicas, principalmente no que tange à escuta sensível por parte dos professores sobre as linguagens e forma de expressão da criança. “O Paralapracá contribui significativamente para a melhoria na qualidade da Educação Infantil. Primeiro porque tem como principal fundamento as Diretrizes Nacionais Curriculares para Educação Infantil, depois porque favorece o conhecimento e a discussão sobre temas atuais, a partir de teóricos renomados e qualificados. Além disso, as formações abrangem os diversos agentes envolvidos na formação da criança”, ressalta a pedagoga.


Reinvenção do espaço a partir do olhar das crianças


A necessidade de saber o que as crianças de 4 anos gostariam de fazer na sala de aula nos momentos livres foi a origem do projeto de pesquisa sobre a reinvenção do espaço da sala, da professora do Centro Integrado de Educação Infantil Areias (Camaçari), Laís Muniz. “O período da pesquisa para a especialização coincidiu com o eixo Assim se organiza o ambiente, do programa Paralapracá. Foi assim que escolhemos o tema para a pesquisa das crianças e para compor o espaço. Realizamos uma faxina em conjunto com elas e organizamos os materiais para que ficassem acessíveis. Tudo isso aconteceu pelo fato de ouvir o que elas falavam sobre a nossa sala.”


A valorização das vozes das crianças e a necessidade de ouvir o que elas pensam e desejam é um dos princípios das formações do Paralapracá que, segundo Laís, foram importantes na sua formação, enquanto professora de Educação Infantil, pois permitiu conhecer melhor o universo infantil, seus desejos e necessidades. A pesquisa buscou compreender os sentidos atribuídos pelas crianças ao espaço da sala como ambiente para brincar aprendendo e aprender brincando.


O brincar e a ludicidade na profissionalidade docente na Educação Infantil


Nem todas essas pesquisas foram realizadas por educadoras que passaram pelas formações do Paralapracá. A exemplo da professora doutora pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Marlene Burégio Freitas, que tomou o programa como contexto para sua tese de doutorado: “O brincar e a ludicidade como saberes da profissionalidade docente na Educação Infantil: contributos e paradoxos da formação continuada na escola”.


O estudo foi desenvolvido no município de Jaboatão dos Guararapes (PE), parceiro no ciclo I do Paralapracá. O objetivo foi buscar compreender de que maneira professoras de Educação Infantil do município se apropriam do brincar e da ludicidade como saberes de sua profissionalidade docente, a partir da formação continuada na escola.


Paralapracá


O Paralapracá é uma frente de trabalho do programa Educação Infantil do Instituto C&A, realizado a partir do estabelecimento de alianças com Secretarias Municipais de Educação, selecionadas para participar da iniciativa por meio de edital e implementado em parceria técnica com a Avante – Educação e Mobilização Social.


O programa possui dois âmbitos de atuação: a formação continuada de profissionais de Educação Infantil e o acesso a materiais de uso pedagógico de qualidade, tanto para crianças quanto para professores. Integraram-se ao primeiro ciclo do programa os municípios de: Jaboatão dos Guararapes (PE), Caucaia (CE), Feira de Santana (BA), Teresina (PI) e Campina Grande (PB). Neste segundo ciclo, que corresponde ao período de 2013 a 2017, cinco municípios integram o projeto: Camaçari (BA), Maceió (AL), Maracanaú (CE), Natal (RN) e Olinda (PE).


Até 2017, o foco do programa é o fortalecimento da gestão das políticas públicas municipais de Educação Infantil, juntamente com a promoção da sustentabilidade do processo formativo nas redes municipais parceiras.

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