Em entrevista á Revista Educação, edição de agosto, gestora institucional da Avante – Educação e Mobilização Social, Maria Thereza Marcilio, defende que é preciso centrar o currículo escolar nas questões que a própria criança coloca. “Muitas vezes são profundas e se relacionam a assuntos como nascimentos, mortes, polêmicas familiares e raciais”. A matéria, intitulada: Quais são as melhores estratégias para construir práticas pedagógicas adequadas ao conhecimento do outro e do mundo social?, levanta o debate sobre tema na Primeira Infância.
“Alunos de até 6 anos se expressam de forma mais rica e polifônica do que os adultos, e os docentes podem propor atividades nessas diferentes linguagens para enriquecer o processo pedagógico”, diz Maria Thereza, que dividiu sua fala no texto com especialistas no assunto, tais como: Beatriz Abuchaim, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas (FCC); Monica Fantin, professora na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Eduardo Zayat Chammas, coordenador de ciências humanas no Colégio Lourenço Castanho e Isabella Nigro, professora de educação infantil do Colégio Marista Arquidiocesano.
Maria Thereza que, ontem (29 de setembro), integrou uma mesa sobre o tema no Seminário Nacional Currículo e Avaliação da Educação Infantil: políticas para a primeira infância, que aconteceu no Rio de Janeiro, na Biblioteca Parque Estadual, organizado pela Rede Nacional Primeira Infância (RNPI), defende no texto, ainda, que “as atividades relativas ao conhecimento social devem se apoiar em múltiplas linguagens – entre elas, atividades motoras, intelectuais, artísticas e orais – a exemplo do que defendia o pedagogo italiano Loris Malaguzzi, que enxergava as crianças como partícipes do processo de construção do conhecimento, da identidade e da cultura escolares”.
Maria Thereza, que no Seminário integrou, ao lado de representantes do Ministério da Educação (MEC), a mesa O Lugar da Educação Infantil nas Políticas para a Primeira Infância, na matéria da Revista Educação concorda com Monica Fantin, da UFSC, ao criticar as escolas de educação infantil que estabelece em horários determinados para o brincar. “O modo privilegiado de a criança se relacionar com o mundo é o brincar. Assim, é por meio do lúdico que a escola deve trabalhar todas as suas atividades”.