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Infâncias em Rede dá continuidade a campanha internacional contra violência doméstica

“Vou tocar o berimbau enquanto brincamos de capoeira. Samara vai tomar uma rasteira de Patrick e nessa hora ela vai ouvir alguém batendo em uma criança. Então ela levanta e sai correndo, procurando de onde vem o barulho da violência e a gente vai atrás dela até que encontramos a casa onde o pai está batendo na criança. Ela bate na porta da casa. O pai vai abrir e vai acabar com a confusão porque ele vai ter que nos atender e com isso dá um tempo e se acalma.” Assim Leo Magalhães de oliveira, 8 anos, resume o roteiro do vídeo que foi filmado na comunidade do Calabar, por meio do projeto Infâncias em Rede – Bata na Porta.

O vídeo integra um movimento que começa a se expandir mundo afora, que encoraja as pessoas a baterem na porta das casas e interromper uma situação de violência doméstica. Já existem peças prontas em outras partes do mundo, como Índia (Ring the Bell) e Peru (Toca La Puerta). “No Brasil, em Salvador, no Calabar, o Infâncias em Rede está dando continuidade à campanha”, conta Ana Marcilio, consultora associada da Avante – Educação e Mobilização Social e coordenadora do projeto.

Ana Marcílio relata que foi apresentada à ideia da campanha quando esteve no Peru, em 2012, para a Consulta Internacional de Expertos em Prevenção e Resposta à Violência contra a Criança na Primeira Infância. “Assisti ao Ring The Bell, realizado pelos indianos. O enfoque do vídeo é mais a violência contra a mulher. Os peruanos compraram a ideia, mas focaram na violência doméstica contra a criança, linha que estamos seguindo no Calabar”. O Infâncias em Rede vem trabalhando a questão da violência contra as crianças há algum tempo e o vídeo não é o único resultado desse trabalho.

Os meninos/as do Calabar fizeram, no ano passado, uma peça para falar da Lei Menino Bernardo, depois transformada em música, já gravada. “Como a peça não pode ter o alcance de um vídeo e por termos uma parceria com a produtora COMOVA, optamos por fazer o vídeo para fortalecer um movimento no qual acreditamos”, explicou Ana Marcilio.

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