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Formação continuada impulsiona atuação docente reflexiva, em Maceió

Em apenas um ano de efetivo funcionamento, o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Fúlvia Maria de Barros Mott Rosemberg, em Maceió (AL), tem se destacado tanto na prática pedagógica, quanto na tematização dessas experiências – que têm como princípio garantir um cotidiano lúdico. Para se ter uma ideia da efervescência criativa na instituição, durante o III Seminário Luso-Brasileiro de Educação Infantil, que ocorreu na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), o CMEI esteve representado por seis trabalhos acadêmicos aprovados e quinze relatos de Estágio Supervisionado.


A coordenadora pedagógica da instituição, Rozana Melo, explica que as conquistas estão ligadas à valorização da formação continuada. “A formação se efetiva, mensalmente, com o programa Paralapracá, que contempla seis eixos: Assim se brinca; Assim se explora o mundo; Assim se faz Artes Visuais; Assim se conta; Assim se organiza o ambiente; e Assim se faz literatura. Os eixos foram estudados, separadamente, para fins didáticos. No entanto, cruzaram-se e se complementaram em conexão com o entendimento da equipe de profissionais da Educação Infantil”, revela Rozana Melo.


A coordenadora pedagógica do Fúlvia Rosemberg conta que a reflexão sobre a prática ocupa relevante papel nos processos formativos. “Trata-se de um estudo sistematizado, descritivo, aberto e flexível do cotidiano brincante do CMEI, por meio de um diálogo sobre as leituras de aprofundamento do grupo de educadoras durante as formações mensais, que acontecem internamente, e nas reuniões quinzenais de departamento, tendo como foco um olhar para o cotidiano brincante, a organização dos espaços e da arte narrativa”, explica.


O Paralapracá assume a tematização da prática como principal estratégia formativa. Por isso, a formação centrada na instituição é outra referência que embasa o Programa, uma vez que reconhece este espaço como um lócus privilegiado para o desenvolvimento profissional.  Para Catarina Cátia, gestora do Fúlvia Rosemberg, as formações presenciais dentro da instituição impulsionam intencionalmente as mudanças, por permitirem melhor compreensão do desenvolvimento integral da criança, além de oportunizar aos docentes a possibilidade de unir a teoria à prática de forma enriquecedora. “A proposta pedagógica utilizada no CMEI conduz o olhar dos educadores nas projeções nos espaços, contemplando as necessidades e os interesses das crianças, favorecendo a sociabilidade e a construção das culturas infantis, valorizando o brincar como parte integrante na história da infância”, diz Catarina Cátia, uma das profissionais que participaram do Seminário.


Concepções sobre sujeito de direito, Educação Infantil e valorização do brincar são comuns entre os relatos dos profissionais do CMEI Fúlvia – compreensões potencializadas com as formações: presencial e a distância, que ocorrem no contexto do Paralapracá. “Acredito que as formações e o convívio com a Educação Infantil tem me possibilitado experiências e momentos que contribuem para a construção do meu perfil profissional como educador. Além de possibilitar que eu vivencie a prática estudada em “sala de aula” (Faculdade) e descubra novos saberes”, relata Andressa Raiany da Costa, educadora de apoio do maternal, outra profissional que apresentou trabalho no Seminário Luso-Brasileiro de Educação Infantil.


Ressignificando as palavras


De acordo com Rozana Melo, outro aspecto relevante das mudanças ocorridas no CMEI – fruto das formações – diz respeito ao uso apropriado das nomenclaturas. “As palavras estão carregadas de concepções e trazem consigo uma visão de Educação Infantil”. Neste sentido, dialogamos sobre a concepção de Criança (em vez de aluno); Acolhimento (em vez de adaptação); Cotidiano (em vez de Rotina); Documentação (em vez de Avaliação); Educador de Referência (em vez de Professor, Tia); Educador de apoio (em vez de Auxiliar de Sala); Espaço de Referência (em vez de Sala de Aula); Experiência (em vez de Aula); Investigação (em vez de Projeto); Projeção (em vez de Planejamento); Proposta (em vez de Atividade).


O Programa


O programa Paralapracá é uma frente de formação de profissionais da Educação Infantil, realizado pela Avante – Educação e Mobilização Social (www.avante.org.rb), com apoio do Instituto C&A. O trabalho se desenvolve a partir da formação continuada de formadores, com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento às crianças, nesse segmento, com vistas ao seu desenvolvimento integral. O Programa acontece em parceria com as secretarias municipais de Educação, valorizando, ampliando e fortalecendo os saberes de cada localidade aonde vamos.


O Paralapracá foi lançado em 2010, como um projeto do programa Educação Infantil do Instituto C&A, originalmente focado na região Nordeste. Desde então, chegou a dez municípios, em dois ciclos de implementação. Em 2015, com a chancela do Guia de Tecnologias Educacionais do MEC, ganhou caráter nacional.
 

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