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Educação a distância sem distância

Alguns encontros promovidos pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) do projeto Paralapracá andaram sendo presenciais. Isso porque, em abril passado, a coordenadora do AVA, Lilian Galvão, pôs em prática mais uma etapa do seu planejamento de trabalho e fez as malas para um novo face a face com as coordenadoras pedagógicas, professoras formadoras e técnicas das secretarias municipais de Educação dos municípios parceiros do projeto.

O encontro em Olinda (PE) foi no dia 30/04; em Maracanaú (CE) no dia 5/05; em Camaçari no dia 6/05; e em Natal (RN) no dia 15/06. O encontro de Maceió (AL) ainda não tem data marcada. “Estar no município de tempos em tempos e saber quem é quem nos vincula ainda mais a esses grupos”, diz Lilian. “Saímos desse lugar virtual e fazemos uma educação a distância sem distância”, afirma.

Os encontros, que reuniram por volta de 40 pessoas em cada município, marcaram a segunda formação do AVA do projeto Paralapracá. Diferentemente da primeira formação, quando Lilian apresentou a nova ferramenta aos usuários, nesse segundo momento o foco era incluir quem estava de fora, estimular a participação de todos e melhorar a qualidade da interação de quem já participa do AVA.

“Foram quatro experiências bem-sucedidas, com encontros muito bons”, avalia Lilian. “Eu saí muito feliz dessas ‘itinerâncias’. Às vezes, ficamos nos bastidores, e quando vamos para o município voltamos muito nutridas”, conta. A depender do tom dos posts publicados no ambiente virtual, os encontros também foram aprovados pelos participantes.

Nas conversas dedicadas à formação, muitas usuárias se mostraram animadas com o ambiente colaborativo. “Este é o meu primeiro acesso, e não será o único”, diz uma mensagem, seguida de muitas outras: “Esse espaço é muito bom, pois nele encontramos a possibilidade de dividir dúvidas, mas também possíveis soluções”; “Agora tudo fica mais rápido e a tempo real”; e “Vamos avear!”.

Para Izenildes Bernardina de Lima, gerente de educação infantil da Secretaria Municipal de Educação de Camaçari e mais conhecida como Mynuska, o AVA cria um espaço de compartilhamento, pelo qual todos trocam e se incentivam.

“A cada formação o grupo vai acreditando mais que é possível crescer a partir dessa ferramenta virtual”, afirma a gerente. Mynuska participou da formação em Camaçari e assinala que o movimento do AVA no Paralapracá vem crescendo entre os integrantes do projeto no município. “Estamos compartilhando mais nossas experiências e quebrando resistências”, pontua.

Segundo a opinião de Lilian, a participação das supervisoras e das gerentes de educação infantil nas formações incentiva o uso da ferramenta por toda a rede. “Se a supervisora e a gerente se apropriam e usam o AVA, ele passa a ter uma significação muito mais visível na rede”, pondera. Mynuska concorda: “É como se aquelas pessoas que são referência para o grupo estivessem referenciando a ferramenta”.

Além de incentivar a interação entre os integrantes do projeto Paralapracá, o AVA também está contribuindo com a inclusão digital das usuárias. Segundo Lilian, a ferramenta foi a porta de entrada da internet para algumas das participantes da formação. “Em Maracanaú, por exemplo, quem abriu o tópico de discussão durante a formação foi uma participante que é bisavó. Achamos muito interessantes essas possibilidades intergeracionais que a ferramenta proporciona. O AVA reúne pessoas entre 30 e 60 anos, em média. Muitas delas, que ainda não tinham interação com a tecnologia, estão desbravando a ferramenta”, celebra.

O AVA do projeto Paralapracá estreou em setembro de 2014, com aproximadamente 200 usuários. Em fevereiro deste ano, o número de participantes atingia a casa de 270 pessoas, para situar-se na faixa de 300 pessoas neste início de junho. A proposta do ambiente é formar e tornar integrada a rede Paralapracá Nordeste, constituindo uma comunidade de aprendizagem. “Ainda precisamos vencer alguns desafios e criar mais estratégias criativas e colaborativas em educação a distância, mas estamos no caminho”, afirma Lilian.

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