Em maio deste ano, durante a décima edição do World Forum on Early Childhood Care and Education, Pia Britto, do UNICEF, mobilizou os mais de 800 participantes do evento ao convocá-los para assinar uma petição que visa garantir que o desenvolvimento infantil seja um tema central no documento das Nações Unidas – Metas do Milênio (2000-2015). Na ocasião, o objetivo era conseguir 10 mil assinaturas até o mês seguinte (junho). Segundo Pia, havia um risco grande de a Primeira Infância não ter o destaque necessário. A petição funcionaria como força para se atingir o objetivo. A meta não só foi alcançada, como ultrapassada. Foram coletadas mais de 12 mil assinaturas de 170 países.
Em junho a petição foi apresentada para a conselheira especial do Secretário-Geral da ONU no Post – 2015, Ban Ki-Moon, Amina Mohammed. “Sra. Mohammed nos parabenizou pelos nossos esforços e assinalou seu apoio no investimento na Primeira Infância”, declarou Tessa Jowell, política britânica e atual ministra das Olimpíadas do Reino Unido, em um post no blog NurseryWorld. A ministra britânica esteve presente ao encontro com a conselheira.
Em seu blog, ela aponta razões para que os países considerem o desenvolvimento da primeira infância e a melhoria de vida das crianças como indicadores para aferir sucesso a todas as suas políticas. Segundo Tessa Jowell, as evidencias mostram as chances de sucesso das nações que colocam a primeira infância como centro de suas políticas públicas. Tais evidências foram reenfatizadas em um evento sobre o desenvolvimento da Primeira Infância na ONU, organizado pelas Missões Permanentes da Colômbia, Equador e Itália, e patrocinado pelo Grupo Consultivo sobre Cuidados na Primeira Infância e Desenvolvimento, Open Society Foundations, SOS Children’s Villages e CINDE.
O Unicef, por exemplo, tem coletados dados em mais de 60 países. Esses estudos mediram o que uma criança deve saber e ser capaz de fazer física e mentalmente aos cinco anos, a qualidade do ambiente ao redor da criança e seu acesso a serviços de desenvolvimento infantil. Outros estudos de longo prazo analisaram a relação das variações dos níveis de desenvolvimento da primeira infância e os níveis de consumo de drogas, população carcerária e realização na vida universitária.
Outro ponto que ficou claro no evento citado por Jowell foi que os países em desenvolvimento que estão focados no crescimento de sua economia e não dão a devida importância ao desenvolvimento da Primeira Infância estão sujeitos a pagar um alto preço no futuro.
A força desses e de muitos outros argumentos faz Tessa Jowell se mostrar otimista. Além dos dados aferidos, ela aponta que um número cada vez maior de pessoas faz parte do coro de vozes em prol da inclusão do desenvolvimento da Primeira Infância nas Metas do Milênio – Post 2015.