Comunicação e colaboração para o trabalho em rede é um assunto que interessa a todos os profissionais, de qualquer área, que buscam aperfeiçoar estratégias de trabalho coletivo, para dar mais potência às suas realizações. Como mobilizar agentes de transformação para a colaboração em rede? Como trabalhar em rede, de forma colaborativa, por um propósito comum? Como manter uma rede de trabalho ativa e operante, saudável, com laços de confiança e realizações? Chegar a essas respostas não é fácil, mas com gestão, cuidados, empatia, respeito e vontade de realizar, é possível.
Existem caminhos já trilhados por quem trabalha em rede de forma colaborativa, e esses caminhos foram mapeados durante o webinário “Comunicação e colaboração para o trabalho em rede”, uma ação do projeto Primeira Infância Cidadã (PIC) realizado pela Avante – Educação e Mobilização Social em parceria com a Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental e como parte da Iniciativa Territórios da Primeira Infância.
Palestrante da noite, Fernanda Cabral, ativista e comunicadora mineira, tratou de como lidar com as realizações, riscos e conflitos que podem surgir no cotidiano do trabalho colaborativo e quais habilidades interpessoais podem ser desenvolvidas e permanentemente aperfeiçoadas pelo bem da causa.
Andrea Fernandes (consultora associada e Dir. Comunicação da Avante), Isabella Gregory (CECIP – Centro de Criação de Imagem Popular) e Glaucia Marinho (Jornalista e mestre em Comunicação), três profissionais que atuam na comunicação de organizações e redes institucionais, complementaram a abordagem do tema, dividindo com o público vivências e experiências de articulação da época do Orkut aos dias de hoje, com a nova leva de redes sociais, as ferramentas, as novas tecnologias da comunicação, a pandemia, a presença do afeto na criação das redes, a intersetorialidade como potencializadora do trabalho colaborativo pelos direitos das crianças, pela cidadania, e da necessidade de mobilização interna e maior aproximação entre os setores públicos para isso.
Fernanda Cabral trouxe a constatação de que “cultura se constrói pelas pessoas que estão diretamente envolvidas e que estão ali através de crenças, valores, ideias, comportamentos, sustentando essa cultura”, afirmou. “Muitas vezes a gente está trabalhando na linha de frente de transformações sociais defendendo, por exemplo, uma primeira infância como prioridade absoluta e estamos falando de transformações de coisas que, muitas vezes, não existem ainda, ou de alguns bons exemplos que podem ser amplificados. Mas este é, ainda, um lugar da invenção, da criatividade”, explicou Fernanda.
Nos aprendizados compartilhados, todas as pessoas são protagonistas da construção de uma rede, para dar vida aos projetos, às mobilizações, às campanhas de comunicação, juntando aquelas e aqueles que se identificam com o chamado. Fernanda listou princípios norteadores para a construção de redes colaborativas na prática.
Alertou também para a necessidade do manejo do conflito como algo que emerge naturalmente do processo e que deve ser olhado e cuidado, já que “onde há relação, há conflito, o trabalho em rede é também um trabalho de gestão de conflitos, e não devemos lutar contra o conflito, mas cuidar dele”, disse. Para ela, as atitudes individuais ajudam no fortalecimento da realização coletiva, mesmo no espaço da diferença, com todas e todos aprendendo a lidar com a discordância e com a diversidade. Estar presente, escutando ativamente, exercitando a curiosidade, perguntando. “Diálogo é prática”.
No chat, pessoas de várias cidades do Brasil e do exterior, que trabalham com garantia de direitos das crianças e adolescentes, ficaram conectadas e interagiram com as dicas para amplificar vozes e potencializar redes. O webinário “Comunicação e colaboração para o trabalho em rede” traz dicas importantes para quem quer aprender a não caminhar sozinho.