Professores de Salvador participam de encontro formativo do Nossa Rede Educação Infantil

O programa Nossa Rede Educação Infantil realizou, durante três dias, encontro formativo com os professores da Rede Municipal de Educação de Salvador para aprofundar a compreensão sobre as ideias estruturantes da organização curricular por Campos de Experiência. Realizada na Faculdade de Ciências e Tecnologia (FTC), entre 19 e 21 de julho, a formação serviu para que os professores identificassem as ideias estruturantes dos Campos de Experiência nos materiais do programa e partilhassem sua prática nas instituições de Educação Infantil.
“Foram momentos ricos.  Os professores trouxeram sua prática usando o material, em especial, o Álbum de Experiências e as Orientações Pedagógicas para Professores da Pré-escola e tiraram dúvidas sobre o seu uso, explicou Fabíola Bastos, uma das coordenadoras da formação do Nossa Rede Educação Infantil e consultoras associadas da Avante – Educação e Mobilização Social, parceira técnica da Secretaria Municipal de Educação (SMED).

A formação atraiu docentes das 10 Gerências Regionais de Educação (GRE), a exemplo da professora da Escola Municipal Antônio Carlos Onofre – GRE Orla, Larissa Moura, mobilizada para esse novo momento na sua carreira. “É um trabalho totalmente diferente do que vinha acontecendo antes, que força o professor a estudar, a correr atrás, a pensar, a se capacitar para o que ele vai fazer em sala de aula. Eu estou gostando bastante, e por isso fiz questão de vir para esta formação. Para ter mais conhecimento e porque eu fiquei extremamente encantada com o material.”

Campos de experiência

Utilizando como referência o trabalho de Bonomi (1998) ao afirmar que “os campos de experiências educativas possibilitam pensar a proposta curricular para a primeira infância como experiências de vida em contextos educativos, envolvendo os três atores da educação infantil: crianças, famílias e professoras/es”, a SMED escolheu esse como caminho para organizar o currículo da Educação Infantil. A professora do CMEI Mussurunga, Janesmare Ferreira, que tem uma trajetória de mais de três décadas na Educação Infantil na busca pela valorização das experiências das crianças explica o impacto dessa escolha na prática pedagógica. “Quando a gente trabalha com experiência, pensam que a gente não faz nada, só faz brincar. Mas não sabe o objetivo da brincadeira, que tipo de intervenção a gente está fazendo ali, o que estamos registrando a partir daquelas brincadeiras. A partir do momento que é a própria Rede que nos dá esse suporte, é como se nos autorizasse a fazer, aí a gente fica mais tranquila. Isso fortaleceu a minha prática, me empoderou a fazer com consciência, com respeito.”

Ao adotar os Campos de Experiência como caminho, A SMED não apenas integrou o currículo como garantiu coerência com as Diretrizes Nacionais para a Educação Infantil, como explica a integrante do corpo técnico pedagógico da coordenação da educação infantil da SMED, Karla Chaves. “Os Campos de Experiência vem no sentido de integrar o currículo da educação infantil, já previsto na Base Nacional [Comum Curricular]. Então, a gente construiu o currículo para Educação Infantil de Salvador alinhado aos documentos nacionais. A expectativa é que seja um divisor de águas para a Educação Infantil do município, que as crianças possam ser mais vistas como sujeito de direitos e de aprendizagem.”

DCNEI

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, ‘o currículo da Educação Infantil é concebido como um conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade.

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