“Comunidades Ativas” vai qualificar agentes sociais de Calabetão, Mata Escura e Jardim Santo Inácio

Moradores dos bairros de Calabetão, Mata Escura e Jardim Santo Inácio participaram, na Universidade Estadual da Bahia (UNEB), no dia 10 de abril, da aula inaugural do “Comunidades Ativas”, projeto concebido a partir do Diagnóstico Socioterritorial feito pela Avante – Educação e Mobilização Social nos três bairros, em 2016, em parceria com o Instituto Camargo Corrêa. Durante o evento, o projeto e a pesquisa foram apresentados à comunidade.


O “Comunidades Ativas” tem como objetivo qualificar agentes sociais dos três bairros, a exemplo de Lenilson Bento, coordenador do grupo cultural Adolescer com Arte, de Mata Escura. “É preciso reconhecer a importância desses grupos nas comunidades. A gente não só tem jovem na marginalidade. Os índices desses jovens nos bairros periféricos são baixos, se comparados aos que estão produzindo algo bom. A pesquisa identifica isso, mostra a cara da comunidade, e a gente se sente valorizado e contemplado”, ressalta o agente de saúde.


Além de Lenilson, outras lideranças comunitárias, representantes das organizações sociais e de grupos culturais e esportivos vão passar por uma formação modular, até novembro, iniciando pela análise dos dados levantados pelo diagnóstico nas comunidades e reflexões com base no aporte teórico disponível, a fim de identificar os problemas e possíveis estratégias de intervenção local. Composta por seis módulos, a formação tem como destaque a oportunidade de os agentes conhecerem uma experiência exitosa em organização popular, seguindo a linha do “Trocando em Miúdos”, tecnologia social da Avante que promove o intercâmbio de profissionais.


A aula inaugural foi aberta por uma mesa composta pela professora doutora Eliene Maria, representando a Pró-Reitoria de Extensão da UNEB; Maria Thereza Marcilio, presidente da Avante; Sheila Alban, representando o Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) de Salvador; Daniel Marinho, representando a CCR Metrô e o Instituto CRR; e João Teixeira, diretor executivo do Instituto Camargo Corrêa.


Cartografia dos bairros


Segundo o diretor executivo do Instituto Camargo Corrêa, João Teixeira, o Diagnóstico joga luz à importância de uma análise multidisciplinar e prévia às intervenções, oferecendo análises e vetores de atuação devidamente embasados em dados secundários e, principalmente, dados primários coletados por profissionais e representantes fidedignos das comunidades envolvidas. “Configura-se, portanto, em instrumento fundamental para, junto a uma aliança com representantes do poder público, privado e da sociedade civil, garantir um processo efetivo de alinhamento com políticas públicas, com o devido alcance e profundidade.”


Com informações sobre o tecido social do território; uma análise dos equipamentos e serviços públicos disponíveis nos bairros; e ações prioritárias que podem ser desenvolvidas nas comunidades, a pesquisa apontou que as lideranças e as organizações sociais nos bairros de Calabetão, Mata Escura e Jardim Santo Inácio poderiam ser potencializadas se houvesse maior articulação entre elas, na direção de um trabalho em rede. E também constatou que as organizações entrevistadas enfrentam dificuldade em termos de recursos financeiros e humanos para a realização das atividades nas comunidades e para a sua sustentabilidade.


Desse modo, o “Comunidades Ativas” pretende ser uma oportunidade de fortalecimento à atuação desses agentes, na perspectiva de contribuir para atuação qualificada nos três bairros, do ponto de vista técnico e político. O projeto é realizado pelo Instituto Camargo Corrêa e o Consórcio Mobilidade Bahia, e executado pela Avante – Educação e Mobilização Social, em parceria com a UNEB, o CCR Metrô Bahia e Instituto CCR.

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