#20anosAvante, ação integra empreendedor e empreendimento solidário ao mercado consumidor

“Eu já costurava algumas coisas, mas tinha um sonho de aprender a modelar, de aprender a fazer uma roupa mais fina, mais trabalhada e através da cooperativa, dos cursos que a Avante proporcionou à cooperativa, eu aprendi a trabalhar, por exemplo, com malhar, que eu nunca tinha pego. Sempre trabalhei com tecido, nunca tinha costurado malha”, conta Tereza Cristina Sacramento, cooperada da COOPERCID, cooperativa de costura criada pelo projeto Grãos (Avante e Instituto Walmart), e fortalecida pelas ações do Florescer (Avante e Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte – SETRE), em depoimento para os #20anosAvante.
Tereza Cristina, que hoje costura; modela, tira medidas, faz coisas que, segundo ela, se impressiona, “porque antes eu só pegava o vestido como modelo e ia cortando, agora faço todo o processo, faço a roupa sob medida”, passa de formanda para formadora. Incialmente dando aulas de costura na comunidade, formando novas pessoas interessadas no ofício. “Tem gente que já está até trabalhando com isso – já prega um fecho éclair, faz uma bainha, já corta e faz roupas”.  E esse ano (2016), compartilhando sua experiência de costura como cooperada de um empreendimento solidário com mulheres de terreiro, que estão se organizando para produzir moda étnica sustentável.
O projeto é o IPA – A Força Empreendedora das Mulheres, realizado pela Avante, mais uma vez em parceria com SETRE, que está em andamento (2015 – 2017). “É uma aventura. Pra mim que tenho formação de pedagoga é muito interessante aprender para ensinar”, disse Tereza Cristina.
Visibilidade
Um dos grandes desafios da Economia Solidária é a visibilidade. É conquistar o respaldo de um mercado competitivo, que exige investimento em divulgação para chegar ao grande público. Foi esse caminho, até o grande público, que foi proporcionado pelo Festival Florescer de Economia Solidária. Ao estabelecer essa aproximação entre o mercado tradicional e os empreendimentos solidários, formado por mulheres e homens que conquistaram a profissionalização e desenvolveram a capacidade de gestão por meio da participação nas cooperativas, o Festival proporcionou visibilidade aos empreendimentos e à proposta da Economia Solidária.
“A Avante deu visibilidade ao trabalho da cooperativa. Quando ela veio fortalecer (Florescer), a cooperativa estava quase fechando. Fortaleceu, entrou gente nova, deu visibilidade dentro do próprio bairro. Com o Festival, abriu novos campos de trabalho, novas visões, nos possibilitou conhecer outros trabalhos na mesma área”, conta Tereza Cristina.
O evento entrou para o calendário de feiras da cidade com o diferencial de disponibilizar espaço, também, para criações artísticas e culturais, e atividades infantis. O Festival, organizado pela Avante, em pareceria com a SETRE, a Superintendência de Economia Solidária (SESOL) e o Centro Público de Economia Solidária (CESOL), foi uma das ações do Florescer: Fortalecendo mulheres para o desenvolvimento local, mas extrapolou as fronteiras do projeto e disponibilizou stands para empreendimentos solidários de Salvador e Região Metropolitana
Hoje, Tereza Cristina, juntamente com outras cooperadas, participam da rede de costura, Rede Recortes, criada por meio do Instituto Federal da Bahia (IFBA). “Isso por conta desse fortalecimento que a gente teve, por conta da visibilidade que foi dada ao nosso trabalho, hoje temos um respaldo bem maior”.

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