Um legado de escuta das crianças; integração com famílias e natureza

Uma das iniciativas do Programa de Formação de Profissionais da Educação da Avante – Educação e Mobilização Social – o Paralapracá -, deixou raízes nas comunidades onde atuou entre 2010 e 2017.

Quatro anos após seu encerramento, algumas redes municipais parceiras da iniciativa exibem a colheita do que foi semeado durante as formações. Um legado retratado, por exemplo, no projeto  “Natureza Lúdica”, da escola Alda Marques, de Feira de Santana (BA), que recebeu menção honrosa do 5º Prêmio Territórios (2021), em seleção feita pelo Instituto Tomie Ohtake. E na 4ª Mostra de Artes da Escola Comunitária Brincando e Criando, em Camaçari (BA), que aconteceu em novembro (2021). “Usamos todos os materiais do Paralapracá para nos fundamentar. Esse material é o que tem segurado nosso trabalho. Precisam ver as famílias na exposição, brincando nos cantinhos das experiências”, conta Edna de Matos Almeida, coordenadora pedagógica da Brincando e Criando.

Natureza e seus encantos

Ao longo dos 25 anos de atuação da Avante, as iniciativas vinculadas ao Programa de Formação de Profissionais da Educação da instituição vêm contribuindo para a melhoria da qualidade do atendimento às crianças neste segmento, visando ao seu desenvolvimento integral. E um dos pontos relevantes da formação é a prática da escuta ativa e qualificada das crianças, reconhecendo as suas diversas formas de expressão. 

Foi assim, escutando as crianças, que, segundo a coordenadora pedagógica, nasceu o projeto “A Natureza e seus Encantos”, tema da 4ª Mostra de Artes da Escola Comunitária Brincando e Criando, surgiu. “Com o retorno das aulas semipresenciais percebemos que o longo período de quarentena, motivado pela pandemia, distanciou as crianças do contato com a natureza”, conta Edna. A Mostra teve o objetivo de reintegrar as crianças com elementos naturais, ambientes convidativos com diversidade de materiais e experiências sensoriais.

As famílias foram envolvidas com a proposta de que cada uma levasse sua criança a espaços da natureza, como quintais, praças, praias, ou visitando o Horto Florestal. Outra tarefa foi plantar uma mudinha ou semente, e acompanhá-la dia a dia com a criança. E mais uma atividade foi ler o livro infantil enviado pelas professoras para casa e depois realizar uma produção artística sobre a história. E não ficou só por aí! A tarefa final foi a família escutar a criança sobre os sentimentos que a pandemia tem lhe provocado, valorizando as memórias afetivas. Como resultado dessa escuta, a família deveria construir uma “caixa de memória”, e dentro dela colocar três objetos afetivos citados pela criança durante a sua fala.

Durante as aulas semipresenciais, foram realizadas algumas experimentações em espaços ao ar livre no entorno da escola, como a coleta e catalogação de materiais da natureza para serem usados em produções de artes, e atividade de fotografar a natureza, valorizando o olhar da criança sobre a beleza do ambiente natural. A Mostra de Artes, que aconteceu ao longo de um dia, teve visitação das famílias e possibilitou a crianças e adultos ver, sentir, tocar e experimentar juntos. “Aos poucos vamos entendendo que o processo é mais importante que o resultado, que oferecer é essencial e que aqui neste espaço eles vão construir, explorar, experienciar, ‘curiosear’ à vontade”, relatou Edna, salientando que usaram tudo o que puderam das oficinas de formação com a Avante para fundamentar o trabalho pedagógico. 

Conheça o Paralapracá no site oficial do programa clicando aqui. 

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