“Um bom mundo de sons”

Vibração sonora, manifestação cultural, combinação entre melodia e harmonia, tudo o que soa ao nosso redor. Não importa a definição, o fato é que a música faz parte da vida e ocupa lugar essencial no cotidiano das instituições de educação infantil. Para inaugurar as formações sobre música, atual eixo formativo do projeto Paralapracá, o especialista em música e construção de instrumentos Edmar Brasil conversou com a plateia de educadores presentes no encontro de formação realizado pelo projeto em Camaçari (BA), entre os dias 19 e 23 de outubro.

Brasil é um dos autores do Caderno de Orientação do projeto Paralapracá Assim se Faz Música. A publicação apresenta a música como um importante elemento de expressão cultural, dimensão fundamental para o desenvolvimento e a formação humanos. E trata tal dimensão de maneira polissêmica: “Música é linguagem, música é arte e cultura, música é ritmo e movimento”.

Ao compartilhar conhecimento sobre parâmetros básicos do som – como altura (ou extensão vocal), intensidade, duração e timbre –, Brasil defendeu que a música deve ser contemplada na Educação Infantil como linguagem artística, uma linguagem que convide as crianças, seres brincantes que são, a conhecerem outros lugares do mundo e a construírem seus instrumentos, entendendo suas origens e sons. “Um bom mundo de sons! É isso que eu desejo para vocês”, disse Brasil à plateia de profissionais da educação do projeto Paralapracá.

O especialista observou que a presença da música na educação infantil vai muito além da possibilidade de cantar e de tocar um instrumento. “Ela promove um ambiente acolhedor”, salientou. Para ele, é fundamental que o professor da Educação Infantil fique atento ao tom de voz que usa com as crianças – que não seja muito alto – e ao volume da música que canta ou coloca para tocar, de modo a evitar excesso de barulho e poluição sonora.

Brasil criticou a tendência de se tratar a música como assunto de iniciados. “Vamos tirar a música desse lugar do especialista e valorizar o repertório tradicional e a importância de objetos sonoros que não foram pensados como instrumentos”, sugeriu. A teoria foi levada à prática bem ali, diante do público da formação. Com um instrumento feito com funil e mangueira, Brasil produziu música boa de se ouvir.
Como “canja”, deixou ainda outra dica: que os professores não façam uso da música como suporte para outro propósito, como colocar as crianças em fila, ou para que a turma toda obedeça aos comandos da professora. “A música tem que ser usada por ela mesma”, salientou.

Assim se Faz Música

No Caderno de Orientação Assim se Faz Música, o projeto Paralapracá organiza um repertório de músicas, CDs, livros e propostas para a ação e para a reflexão sobre a música na educação infantil. “Cantiga de ninar, cantiga de roda, música veiculada pelo rádio, música aprendida na escola… Quais foram as pessoas ou experiências que influenciaram seu gosto musical na infância? Pois é, assim como você, cada criança também constrói sua relação com a música a partir da sua relação com o mundo! É por isso que as experiências na Educação Infantil são tão significativas para a criança”, destaca o caderno. O material também sugere uma oficina de instrumentos musicais e objetos sonoros. “Aceite o convite e venha se deliciar com o repertório fascinante que o projeto Paralapracá organizou”, sugere o texto.

Fonte: site do Projeto Paralapracá

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