II Oficina Chá em Retalhos incentiva geração de renda e sustentabilidade no Calabar

II Oficina Chá em Retalhos incentiva geração de renda e sustentabilidade no CalabarComunidade se mobiliza e transforma resíduos em artesanato, que gera renda, meio de vida e desenvolvimento sustentável para seus moradores. No dia 15 de novembro, o Calabar deu seu exemplo de como trilhar nesse caminho com a II Oficina Chá em Retalhos, realizada na Igreja do Monte Sião. À frente da oficina, o Projeto Sementeira, da Linha de Formação para Mobilização e o Controle Social da Avante, que, em parceria com próprias mulheres da comunidade mobilizou e recrutou um grande número de interessadas. Tão grande que foi necessário uma seleção para a formação da turma de 20 mulheres que aprenderam a aplicar bonecas africanas em camisas.

As responsáveis por ministrarem as oficinas – a primeira edição aconteceu em Julho deste ano – são identificadas entre as moradoras do bairro. Nessa segunda edição, a moradora e agente de mobilização do projeto, Justina Santana, indicou a artesã e professora do ensino fundamental, Mariza Pinto, para conduzir o curso. Convidamos também algumas pessoas como Arlete Jesus da Silva porque ela já trabalha com este tipo de atividade na cooperativa de artesanato do bairro (Coopercria) e poderia, além de aprender, ajudar a passar conhecimento”, explicou Justina Santana.

A artesã Mariza Pinto, por sua vez, se mostrou feliz pela oportunidade de aprender enquanto ensina. “Me senti muito útil, fiquei super feliz e satisfeita em poder contribuir com uma atividade que pode ser utilizada por outras mulheres para garantir a sua sustentabilidade”, declarou. Ela ensinou não apenas com a arte que domina, mas também com sua história de vida. “Comecei a me envolver com artesanato como terapia para síndrome do pânico e acabei criando meu próprio atelier. Todo meu conhecimento é fruto de minha curiosidade e de pesquisas na internet”, revelou.

Ela relatou ainda o grande interesse de suas alunas durante o curso. “Elas fizeram muitas perguntas. Queriam saber sobre o valor pelo qual o produto pode ser vendido, onde encontrar materiais caso queiram partir para algo como fonte de renda, entre outras perguntas”.

A participante convidada Arlete Jesus da Silva acredita que o curso fortalece a Coopercria, da qual faz parte. “Eu já estou em uma cooperativa de artesanato, mas fui lá (na oficina) para aprender mais, conhecer novos desenhos. O que aprendi vai ser agregado ao nosso trabalho na Coopercria. Vamos passar a fazer aplicação da boneca africana nas camisas, em toalhas de prato, em centros de mesa, o que diversificará ainda mais nossa oferta de produtos”. A cooperativa produz bolsas de praia, bolsas com tecido cru e customizado ou pintado, almofadas, entre outros.

Para a secretária executiva e moradora da comunidade, Tereza Soares, que participou da oficina, aprender a customizar camisas não é o único ganho que se obtém com as oficinas do projeto Sementeira. “Eu não faço artesanato, mas estou procurando me engajar nas coisas que acontecem na comunidade, além disso, estou à procura de coisas novas, algo que possa me ajudar a complementar a renda. Acho que a customização de camisas pode ser uma opção por ser um trabalho interessante, bonito, fácil de fazer e vender”, explicou.

Margareth Falcão, coordenadora do projeto Sementeira, que conta com a parceria da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), explica que a escolha da reutilização de resíduos (descartes) da comunidade foi resultado de um trabalho de pesquisa realizado em 2013. “Os temas das oficinas foram identificados durante um diagnóstico socioambiental realizado no Calabar, que apontou os resíduos como um dos maiores problemas ambientais da comunidade. O GT de resíduos, então, definiu como encaminhamento o aproveitamento dos retalhos de tecidos de confecções, doados por membros da comunidade, como matéria prima”, disse.

A I Oficina Chá em Retalhos reuniu mulheres do Calabar na Biblioteca Comunitária do bairro, no dia 26 de julho desse ano (2014). Na oportunidade, elas aprenderam a produzir chaveirinhos de bonecas de pano a partir do reaproveitamento de sobras de materiais; e a criar a possibilidade de geração de renda.
O curso ministrado por Rosana Oliveira, que trabalha na Biblioteca do Calabar, contou com a participação de representantes da Associação Ideologia Calabar e de outras organizações do bairro como o Instituto Fatumbi, Grupo de Mulheres do Calabar e Cooperativa de Costura (COOPERCID), dentre outras.

Grãos e Florescer


O Calabar já conta com a presença da Avante por meio de outros projetos. Entre eles, o Grãos, que fomentou a criação de grupos produtivos, como as cooperativas de Elétrica, a de Paisagismo e Jardinagem, a Cooperativa Pedacinhos de Sabor (COOPS) e a Cooperativa Costurando Ideias (COOPERCID).

A última participou das oficinas oferecidas pelo projeto Sementeira ao lado da Cooperativa Mãos que Criam (Coopercria), que foi fomentada por outro projeto da instituição – o Florescer .

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