Formadores latino-americanos apresentam experiências no VII Encontro Internacional de Comunidade de Aprendizagem

Atingir uma educação de êxito para todas as crianças e jovens. Foi com esse objetivo que surgiu na Espanha, nos anos 1990, a metodologia do projeto Comunidade de Aprendizagem. De lá para cá, o projeto se multiplicou na América Latina, onde, atualmente, é executado em sete países. São 657 comunidades espalhadas pela Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México e Peru, que embora sigam princípios comuns, respeitam as realidades socioeconômicas locais.

Essa diversidade foi apresentada durante o VII Encontro Internacional de Comunidade de Aprendizagem, em São Paulo, que reuniu, nos dias 23 e 24 de outubro, formadores dos sete países, para fortalecer a rede latino-americana. Na comitiva brasileira, as formadoras Ana Luiza Buratto, Carolina Duarte, Gláucia Borja e Rita Margarete, representando a Avante – Educação e Mobilização Social, executora do projeto no município de Fortaleza (CE).

Entre os temas abordados, destaque para as ações autônomas, que se inspiram nos princípios do projeto, mas que não, necessariamente, são apoiadas ou financiadas pelo Instituto Natura. “Isso dá muito mais liberdade para focar nos princípios, que são solidariedade, igualdade de diferenças, dimensão instrumental, inteligência cultural, diálogo igualitário, transformação e criação de sentido, levando-os para muito mais pessoas, na direção de ter comunidades mais próximas da escola, e todos implicados na aprendizagem das crianças e adolescentes”, explica Carolina Duarte, consultora associada da Avante e coordenadora do projeto na instituição.

Apresentações

O VII Encontro Internacional de Comunidade de Aprendizagem também apresentou algumas experiências realizadas na Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru, com destaque para Salta, cidade argentina onde o projeto foi implementado como política pública. O Chile compartilhou com o público o processo de expansão, que conta com a força das redes de alianças entre sociedade civil, governo e comunidade, passando de duas para 41 escolas atendidas. Dentre essas, três jardins de infância.

O Peru trouxe a implementação do Comunidade de Aprendizagem em escolas de alternância – escolas da Zona rural que abrigam estudantes, que parte do ano trabalham nas lavouras e na outra parte moram nas escolas e estudam tempo integral. A Colômbia, por sua vez, apostou numa formação baseada na experiência de viver os princípios no cotidiano, ao invés de trabalhar cognitivamente os conceitos dos princípios de Comunidade de Aprendizagem. Toda a formação é presencial e prática. Por fim, a formadora do México trouxe o percurso, desde 2016, que caminha para adoção dos princípios do projeto como politica pública educacional.

Ações como essas, desenvolvidas de forma autônoma, dão à Avante a possibilidade de usar a expertise com formação, articulação com a gestão das secretarias e mobilização, e ampliar os princípios de aprendizagem para um público muito maior. “A ideia é envolver a família no processo educacional do filho, a comunidade, os professores, funcionários, alunos que não participam do projeto, em prol de uma educação de qualidade, onde as pessoas aprendam mais e melhor, e convivam melhor também. Ampliar não só na comunidade de Fortaleza, mas em Salvador, e nas cidades que a gente tem relação, trazendo outro tom para o projeto em 2018”, avaliou Carolina Duarte.

Comunidade de Aprendizagem

O Comunidade de Aprendizagem é baseado em um conjunto de Atuações Educativas de Êxito (AEE) voltadas para a transformação educacional e social, que começa na escola, mas integra tudo o que está ao seu redor.

Combinando ciência e esperança, o Comunidade de Aprendizagem visa à melhora relevante na aprendizagem escolar em todos os níveis, e também o desenvolvimento da convivência e de atitudes solidárias.

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