Experiência de Reggio Emíllia chega ao Nordeste

Após as falas das educadoras de Reggio Emilia, Paula Strozzi e Vanna Levrini, durante a tarde de quarta feira (13 de agosto), no V Encontro de Formação e II Formação Itinerante do Paralapracá, representantes dos municípios do ciclo II do projeto detalharam o impacto da viagem à cidade de Reggio Emíllia, na Itália. A oportunidade de ver e sentir que é possível priorizar a criança e o quanto isto pode influenciar positivamente toda a comunidade reverberou entre os gestores das redes municipais parceiras do projeto Paralapracá e começou a ter impactos na vida das crianças.

O comprometimento com o projeto foi visível em todos os municípios. Um olhar diferenciado para a criança, o maior cuidado com o ambiente, a inserção das artes na prática pedagógica, a aquisição de materiais específicos – que tomam como referência os do projeto Paralapracá, o compartilhamento da experiência de Reggio com outros atores da rede, são alguns dos impactos comuns.

Mas as redes municipais parceiras do projeto Paralapracá também trazem algumas especificidades em relação a estes impactos. Em Olinda (PE), por exemplo, marcou o movimento para levar a nova concepção de criança para as ruas. Assim, a equipe do projeto no município, juntamente com as crianças, começou a participar ou articular sua participação em eventos na cidade como o Olinda em Ação, o Fliporto Olinda e a Mostra Internacional de Música de Olinda (MIMO). E negociam com o poder público local a ampliação do espaço para as crianças no internacionalmente conhecido carnaval da cidade, além do resgate de eventos que já não se realizam como o Olinda Arte em toda Parte, que não acontece há dois anos, agora com a proposta de participação das crianças.

Em Natal (RN) as matrículas na Educação Infantil foram ampliadas e há um movimento para viabilizar espaços específicos para este segmento, ao invés de manter as crianças nas mesmas instalações dedicadas ao ensino fundamental. O município passou a priorizar a utilização de materiais mais adequados (não industrializados) e a prevê, ainda para este ano, a expansão da proposta de trabalho do Paralapracá para a totalidade dos Centros Municipais de Educação Infantil – CMEIs (73 no total), com os educadores da rede, que já foram formados pelo projeto, atuando como formadores dos CMEIs inseridos.

Em Maracanaú (CE) um dos grandes impactos foi a implementação de uma gerência específica para a Educação Infantil, antes compartilhada com o Ensino Fundamental. Mas o município também se dedicou à elaboração do plano de expansão do projeto na rede como política de formação, está ampliando atendimento às crianças pequena por meio da construção de nove Centros de Educação Infantil e organizando salas temáticas nas instituições, considerado pela equipe do município como uma influência das atelieristas de Reggio Emíllia.

Maceió (AL) elaborou o documento orientador das práticas pedagógicas, construiu o instrumento de monitoramento, a documentação pedagógica tornou-se, oficialmente, a forma de acompanhamento do desenvolvimento da criança e da instituição, e garantiu a participação das crianças no evento Bairro Vivo que levou a nova concepção de infância para as ruas do município. Além disso, intensificou a parceria com as famílias e a comunidade nas instituições, e avança na elaboração do currículo para a Educação Infantil.

Em Camaçari (BA) a Educação Infantil foi expandida com a contratação de professores e coordenadores pedagógicos e a convocação de assistentes de creche. Há previsão de investimento na criação de Centros de Educação Infantil em áreas verdes e a ampliação de vagas.

O Paralapracá é um projeto do Instituto C&A, executado pela Avante – Educação e Mobilização Social, nos municípios: Camaçari (BA), Maceió (AL), Maracanaú (CE), Natal (RN) e Olinda (PE).  A iniciativa visa contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento às crianças na Educação Infantil, com vistas ao seu desenvolvimento integral. O projeto se desenvolve em aliança com secretarias municipais de Educação e possui dois âmbitos de atuação: a formação continuada de profissionais de Educação Infantil e o acesso a materiais de uso pedagógico de qualidade, tanto para crianças quanto para professores.

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