Em Maracanaú, Paralapracá é coisa nossa

O entrevistado desta coluna neste mês é José Marcelo Farias Lima, que está há 21 anos à frente da Secretaria de Educação de Maracanaú. A longa trajetória na pasta permitiu que o gestor desenvolvesse um trabalho continuado, que apostou na educação como um dos elementos fundamentais para a construção da identidade maracanauense.

Emancipada do distrito de Maranguape em 1983, Maracanaú é um município jovem, cuja população saltou, nesses 32 anos, de 27 mil para 250 mil habitantes. A cidade está cravada entre distritos industriais e é atraente para a classe trabalhadora de Fortaleza. “Nos primeiros anos, tivemos dificuldades enormes, porque ninguém tinha o sentimento de pertencer ao município”, relembra o secretário. Segundo Lima, a identidade maracanauense se deve muito a uma intensa ação desenvolvida na escola no sentido de valorizar o município e seus habitantes. “Hoje nossos alunos se sentem daqui”, comemora.

Na avaliação do secretário, a luta atual da educação em Maracanaú é pela qualidade. Neste sentido, Lima garante que o projeto Paralapracá tem sido fundamental. “Nossa equipe se apropriou das ações do projeto, com suas metodologias e orientações”, afirma o secretário, referindo-se à expansão do Paralapracá. Originalmente, em 2013, o projeto contemplava 22 instituições da rede municipal de ensino e sete instituições da rede contratada. Hoje, abrange as demais 31 instituições da rede municipal, restando 27 instituições da rede contratada que ainda não participam da ação.

Paralapracá — Quais as maiores conquistas da educação infantil nos últimos anos em Maracanaú?

José Marcelo Farias de Lima — Já universalizamos a educação infantil de 4 e 5 anos em Maracanaú. Nos últimos anos, estabelecemos parcerias importantes, como a parceria com o Paralapracá, que vínhamos perseguindo há bastante tempo.

Paralapracá — Qual a relevância do Paralapracá para a educação infantil de Maracanaú?

Lima — O projeto Paralapracá foi importante desde o primeiro momento, com a nossa ida a Reggio Emilia [em 2013, o projeto Paralapracá promoveu um intercâmbio com gestores dos municípios parceiros à cidade italiana de Reggio Emilia, referência mundial em educação infantil pública]. Vimos de perto experiências e metodologias belíssimas voltadas para a educação infantil. Hoje, o projeto Paralapracá tem sido muito importante para qualificar a educação infantil no município, sobretudo por meio das formações e do acompanhamento dessas formações.

Paralapracá — Quais os maiores desafios que a educação infantil enfrenta atualmente no município?

Lima — O número de creches ainda é nosso grande desafio. Temos uma taxa de matrícula líquida [porcentagem de estudantes matriculados na etapa escolar correspondente à sua idade, em relação ao total de pessoas do mesmo grupo etário] de 30,1%. Outra grande luta do município é qualificar o acesso. O projeto Paralapracá tem sido muito importante nessa luta. Tão importante que a gente fez questão de expandi-lo e de continuar utilizando sua metodologia.

Paralapracá — O ano de 2015 encerra formalmente o ciclo de implementação do projeto Paralapracá no município. Como pretende dar seguimento ao trabalho na cidade?

Lima — Nossa equipe se apropriou das ações do projeto Paralapracá, com suas metodologias e orientações, e estamos trabalhando no sentido de capacitar as escolas a partir dessas ações e de reforçar os aspectos do projeto Paralapracá para toda a rede. Neste ano, tivemos quatro encontros de formação na perspectiva de expansão do projeto, e vamos fazer o quinto. O movimento de expansão está acontecendo para que, a partir do ano que vem, as escolas estejam preparadas para trabalhar à luz do Paralapracá.

Paralapracá — O município já fez o seu Plano Municipal de Educação?

Lima — Entendemos que o Plano Municipal de Educação é fundamental. Já tínhamos o plano de 2012-2021, quando saiu o PNE [Plano Nacional de Educação, sancionado em 25 de junho de 2014], e agora estamos nos adequando a ele. Temos um fórum de representantes de todos os segmentos da sociedade que vem acompanhando essa adequação e também a implementação do nosso PME [disponível no site da Prefeitura de Maracanaú ]

* Tomando como base a tecnologia social de formação continuada de educadores da Avante – Educação e Mobilização Social, o Paralapracá tem sido desenvolvido pela Linha de Formação de Educadores e Tecnologias Educacionais, como parte do Programa Educação Infantil do Instituto C&A, e implementado em 10 (dez) municípios do Nordeste, ao longo de seis anos (2010 – 2015).

Em 2015, o programa passa a integrar o Guia de Tecnologias Educacionais do MEC, conferindo à Avante um notório saber na formação continuada de profissionais de educação infantil.

Fonte: site do Paralapracá.

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