Creche em Maceió se destaca com abordagem em Artes Visuais

A combinação de imaginação e liberdade para criar tem transformado a Creche Rosane Collor, em Maceió (AL), em um espaço de expressão por meio das Artes Visuais, onde o principal tema em destaque é a exploração de mundo. Na vanguarda da produção estão as crianças, elaborando e compartilhando, intensamente, suas obras, a partir das diversas linguagens que a infância permite.


“As paredes da Creche são povoadas com as produções das crianças… no lugar de fazer para, criamos outras possibilidades, dando elas liberdade, espaço e condições para que fluam suas expressões. Hoje, as Artes Visuais ocupam um espaço junto às crianças e suas professoras, baseado na liberdade de escolha de materiais estruturados e não estruturados. Tintas e pincéis, pedaços de madeira, galhos, caixas, pedrinhas e outros, fazem parte do cenário estético da nossa escola, do nosso espaço”, relata Ana Paula Feitosa, coordenadora pedagógica da Creche.


De acordo com Ana Paula, foi entrelaçando vivências pessoais das profissionais com o universo das artes, em paralelo à formação no contexto do Paralapracá, que as mudanças na instituição começaram a despontar. “Chegou o Paralapracá ‘sem amarras’ e com ele uma desacomodação das cenas pedagógicas que valorizavam o produto final de construção. As formações com nossa assessora Geisa Andrade e as formações na escola [que ocorreram em 2016] possibilitaram potentes reflexões sobre como se dá a Arte na Educação Infantil, além de rechear nosso repertório, que até então era limitado. Já não fazíamos pintura em desenhos prontos, por exemplo, mas as experiências estéticas propostas no espaço eram bem resumidas. Um dos desafios foi acabar com a ‘cultura do perfeito’, onde geralmente o adulto colocava a mão nas produções das crianças e o processo não era tão valorizado”, lembra.


O entendimento da coordenação pedagógica em relação à qualidade das experiências estéticas propostas na instituição foi fundamental, uma vez que ampliou a compreensão dos educadores sobre o processo criativo, resultando em experiências coerentes, relacionadas à linguagem das Artes Visuais junto às crianças.


“O bonito de tudo isso foi como a equipe abraçou esse novo olhar, que logo resultou na I Mostra de Arte da Creche Rosane Collor, com exposição das produções das crianças, causando encantamento aos profissionais da casa e a todos que ali passaram: pais, escolas vizinhas e as próprias crianças, felizes em ver suas produções expostas e admiradas pelos visitantes”, comemora Ana Paula, ao narrar a experiência que ampliou o momento de apreciação das produções das crianças.


Formação


No mês de agosto, em parceria com o Paralapracá, a Rede relança a formação no eixo Assim se faz Arte, desta vez, incluindo a modalidade a distância, por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) do Programa. A formação contará com materiais e reflexões que vão ajudar a explorar as potencialidades do fazer artístico, foco do trabalho de Artes Visuais nas instituições de Educação Infantil, como traduz em versos a própria coordenadora da creche, Ana Paula Feitosa.


Maravilhosos, maravilhados!
Maravilhar-nos é o que nos resta.
O real e o imaginário, casados?
Separados?
Não, apenas livres. Liberdade, a Arte pede liberdade!
Janelas foram abertas e portas escancaradas, diante da possibilidade de expressar-se livremente, a partir de experiências SEM AMARRAS, sem grades, sem muros.
Simples assim, permitindo o voo nosso de cada dia.


O Programa


O programa Paralapracá é uma frente de formação de profissionais da Educação Infantil, realizado pela Avante – Educação e Mobilização Social, com apoio do Instituto C&A. O trabalho se desenvolve a partir da formação continuada de formadores, com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento às crianças na Educação Infantil, com vistas ao seu desenvolvimento integral. A iniciativa acontece em parceria com as secretarias municipais de Educação, valorizando, ampliando e fortalecendo os saberes de cada localidade.


O Paralapracá foi lançado em 2010, como um projeto do programa Educação Infantil do Instituto C&A, originalmente focado na região Nordeste. Desde então, chegou a dez municípios, em dois ciclos de implementação. Em 2015, com a chancela do Guia de Tecnologias Educacionais do MEC, ganhou caráter nacional.

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