Avante dialoga sobre a BNCC com mais de 900 profissionais da Educação Infantil

A compreensão e implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em especial da Educação Infantil, tem se apresentado como um desafio para as redes municipais de Educação, pois o documento traz elementos inovadores, como a concepção de Campos de Experiência, que busca atender as especificidades das crianças pequenas e de suas famílias.  Compreendendo a importância da formação continuada dos profissionais nesse processo, a Avante – Educação e Mobilização Social vem estabelecendo parcerias Brasil afora, promovendo diálogos com o intuito de mobilizar e capacitar os profissionais na interação com o documento.

Até o momento, foram envolvidos um total de 906 profissionais, sendo 350 educadores de seis municípios do interior de São Paulo, 400 de Maceió (AL) e 156 profissionais, de 53 municípios de Goiás. Nos encontros foram trazidas referências e reflexões para uma interpretação da  BNCC que fortaleça a lógica da infância, preconizada na Base e nas Diretrizes Curriculares Nacionais, para esse segmento (DCNEI/2009).

Em São Paulo a iniciativa aconteceu em parceria com a Oficina Municipal, que articulou três encontros com profissionais de: Capivari, Monte Mor, Rafard, Rio das Pedras, Mombuca e Saltinho. Em Maceíó, a parceria foi com a Secretaria Municipal de Educação, e em Goiás, por meio de uma articulação da Secretaria Estadual de Educação e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Segundo Mônica Samia, consultora da BNCC para elaboração de materiais de apoio à implementação e uma das consultoras associadas da Avante que esteve à frente das palestras, os processos formativos são essenciais. “Neste momento de leitura e construção de sentidos sobre a BNCC, assim como para sua implementação pelas gestões municipais, os processos formativos são fundamentais, porque permitem uma interpretação do documento que fortaleça a visão de qualidade, preconizada desde as DCNEI, em 2009”, disse.

A supressão, na terceira versão do documento, dos fundamentos, teorias e concepções que relacionam os direitos de aprendizagem à proposta da Base tornou a compreensão do documento ainda mais desafiadora. “Esses são elementos interpretativos essenciais. Sem isso, as concepções de Direitos de Aprendizagem e Campos de Experiência, por exemplo, que convocam os profissionais para um fazer pedagógico sintonizado com a vida e a cultura, colocando a criança no centro do currículo, não serão interpretados devidamente. Ler a Base sem esses fundamentos pode enrijecer ainda mais uma Educação Infantil que precisa avançar na construção da sua identidade”, ressalta Mônica Samia.

Participante da formação em Goiás, que aconteceu entre os meses de fevereiro e março, e promoveu uma discussão sobre os principais fundamentos de uma Educação Infantil de qualidade, tendo como principais referências as DCNEI/2009 e a BNCC/2017, Aline Regina Naves, coordenadora do núcleo pedagógico de Goianésia (GO), relatou a importância desses encontros. “Tive a oportunidade de desconstruir vários conceitos, mas de uma forma diferente: com sentido. Sinto, no momento, uma inquietação, misturada de desejo de poder disseminar tudo que aprendi, pois percebo que não é impossível, e que tudo depende do jeito que a gente vê. Foi muito importante oportunizar aos profissionais de Educação Infantil a reflexão sobre a ideia de que a criança precisa ser o centro do currículo; que a criança precisa ter voz e vez para que ela se maravilhe por aquilo que aprende; que o professor precisa valorizar a cultura de cada criança, ampliando, assim, o repertório dela. Enfim, foram dias muito ricos, de novas ideias, novas maneiras de fazer”, disse Aline Regina.

Com uma equipe experiente nesta temática, a Avante pretende continuar ampliando esta itinerância, a fim de contribuir para que este documento possa se constituir em uma oportunidade de reflexão sobre os sentidos da escola e sua função no mundo contemporâneo.

Assuntos Relacionados

Pular para o conteúdo