Articulação intersetorial potencializa gestão da Educação Infantil nas Redes parceiras

A habilidade para o diálogo tem sido uma demanda cada vez maior na atualidade. Nas Redes Municipais de Educação parceiras do programa Paralapracá, a interlocução entre membros de uma mesma equipe ou de diferentes setores, dentro das secretarias, tem sido estratégica para a promoção de uma gestão da Educação Infantil mais fortalecida e uma equipe mais homogênea. Considerando a articulação intersetorial fundamental para a qualidade dessa gestão, o Módulo de Gestão do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) Paralapracá – tem fomentado a promoção desse diálogo e os resultados já começam a aparecer. Mais integradas, as equipes das secretarias, têm ampliado a compreensão do trabalho articulado como ação estratégica para a promoção de uma política pública de Educação Infantil que promova a melhoria da qualidade do atendimento às crianças.


A gerente de Educação Infantil de Maracanaú (CE), Solange Silvestre, revela que, lá, as ações intersetoriais na Rede têm se materializado, inclusive, na ampliação do atendimento às crianças. “O setor de Educação Infantil vem ampliando os diálogos com a Diretoria de Planejamento. Isso, graças ao Memorial [da Educação Infantil] e ao Módulo de Gestão no AVA [Paralapracá]. O Módulo de Gestão ampliou a nossa compreensão sobre o PAR (Plano de Ações Articuladas) e suas perspectivas. Na nossa reunião com o Secretário Executivo fomos informadas que serão construídas nove Creches. Destas, quatro já estão sendo licitadas”, conta.


“Sentimos, desde muito, a necessidade de dialogar mais e mais com nossos pares internos e, assim, apresentar um pouco dos nossos fazeres: pedagógico, administrativo, político, concepção de criança e infância, e assim, vamos tecendo uma rede de diálogos e entendimentos”, disse Angelina Araújo, coordenadora geral de Educação Infantil de Maceió (AL). A articulação estratégica na Rede Municipal levou o setor de Educação Infantil de Maceió a compor o Grupo de Trabalho (GT) do PAR, responsável pelo planejamento multidimensional da política de Educação que os municípios, estados e o Distrito Federal devem fazer para um período de quatro anos.


“Esse lugar que ocupamos hoje no PAR é importante e significativo. Duas integrantes da coordenadoria de Educação Infantil participaram da etapa do diagnóstico e nos foi demandado responder as justificativas relacionadas às dimensões e seus respectivos indicadores, que dizem respeito às políticas de/para esse segmento. Como somos parte do GT, seguiremos na elaboração de todo o plano e poderemos, junto com os demais integrantes da equipe, colocar nossa identidade no Plano de Ações Articuladas (PAR)”, relata Angelina Araújo.


O PAR é um caminho estratégico para a expansão e melhoria do atendimento na Educação Infantil, uma vez que passou a ser pré-requisito para as transferências voluntárias do governo federal para os estados e municípios, uma vez que oferece diagnóstico para as necessidades de investimento em cada Rede.
Em Natal (RN), a técnica da Secretaria Municipal de Educação, Sirleide Oliveira, conta que desde 2013, o diálogo intersetorial vem se consolidando cada vez mais como política da gestão participativa. “Sem essa articulação a gente não consegue avançar, otimizar e nem manter a qualidade, haja visto que a Educação é uma prioridade para a Rede. Temos avançado pelo olhar sensível de uma gestão que pensa a infância de um lugar de respeito ao outro, que vê as potencialidades e possibilidades do diálogo. Isso tem ajudado muito”, disse.


De acordo com a consultora associada da Avante – Educação e Mobilização Social, e coordenadora do Paralapracá nas ações relativas ao fortalecimento à gestão municipal, Ana Luiza Buratto, o diálogo intersetorial, ou intergerencial, é fundamental para promover um maior conhecimento e compreensão das necessidades da gestão. “Para consolidar e fortalecer a gestão da Educação Infantil, apoiamos a construção dos Memoriais. Além disso, desenvolvemos processos formativos, como é o caso do Módulo de Gestão, Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) Paralapracá. Temos, ainda, promovido o diálogo entre as equipes de Educação Infantil dos municípios, a troca de experiências entre elas, além de continuar fomentando as relações intersetoriais. Depoimentos apontam que a articulação e o diálogo têm produzido, também, o empoderamento individual e coletivo nos municípios envolvidos. Prova disso é que estamos recebendo relatos sobre diversas iniciativas neste sentido. O saldo é bastante positivo”, acentua Ana Luiza Buratto.


O Programa


O programa Paralapracá é uma frente de formação de profissionais da Educação Infantil, realizado pela Avante – Educação e Mobilização Social, com o apoio do Instituto C&A. O trabalho se desenvolve a partir da formação continuada de formadores, com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento às crianças, nesse segmento, com vistas ao seu desenvolvimento integral. O Programa faz isso em parceria com as Secretarias Municipais de Educação, valorizando, ampliando e fortalecendo os saberes de cada localidade aonde vamos. Desde 2016, o fortalecimento da gestão das políticas públicas municipais de Educação Infantil, juntamente com a promoção da sustentabilidade do processo formativo, passou a ser um dos focos do Programa.


O Paralapracá foi lançado em 2010, como um projeto do Programa Educação Infantil do Instituto C&A, originalmente focado na região Nordeste. Desde então, chegou a dez municípios, em dois ciclos de implementação. Em 2015, com a chancela do Guia de Tecnologias Educacionais do MEC, ganhou caráter nacional.

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